Luciano Rodrigues Abreu, 33 anos, o “Gato Preto”, foi assassinado com três tiros na cabeça, no início da madrugada de ontem, na casa onde morava, na Vila Santa Regina, em Araucária.

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Os três assassinos que invadiram a residência planejavam levar Luciano de carro. Como tinha certeza que ia ser morto, ele disse, determinado, aos bandidos que o executassem ali mesmo.

O homem dividia uma casa, na Rua José Ribinski, com um casal. Como costumava chegar tarde, a porta não ficava trancada a chave. Por volta da meia-noite de ontem, os três marginais, usando camisetas amarradas na testa e aparentando ter 20 anos, invadiram a casa e acordaram o casal.

Marco Charneski
Luciano, o “Gato Preto”.

Enquanto aguardavam a chegada de Luciano, os criminosos fumaram maconha e beberam “champanhe” na cozinha. “Um deles tentou violentar a moça, mas foi impedido pelo comparsa”, contou o delegado Rubens Recalcatti, da delegacia local. Um dos marginais teve a ideia de obrigar o casal a fazer sexo para que eles assistissem, mas o plano foi descartado.

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Dívida

Quando Luciano chegou, uma hora depois, foi surpreendido pelos rapazes que perguntaram onde estava “o dinheiro”. Eles tomaram a carteira da vítima e encontraram R$ 400. “Se você tem dinheiro porque não paga a dívida”, disseram os criminosos, que começaram a agredir o devedor com chutes e pontapés.

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Eles amarraram os pés e as mãos de Luciano para levá-lo em seu Golf, mas foram interrompidos pelo grito: “se vão me matar, me matem aqui”. Dito e feito. “Gato preto” foi morto com três tiros na cabeça dentro da cozinha da casa.

O casal foi amarrado, mas não foi ferido. De acordo com o delegado, o trio fugiu numa motocicleta Twister amarela e numa CG preta com adesivo branco e rodas pretas levando os R$ 400. “Acredito que o motivo do crime foi dívida de droga”, disse Recalcatti.

Migração

Segundo o delegado Rubens Recalcatti, há cerca de um ano, Luciano veio de Butiá, no Rio Grande do Sul, para trabalhar como armador de ferragens na Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), em Araucária. Perdeu o emprego e morou três meses em uma Parati.

Sem emprego, aparentemente a renda de Luciano vinha da venda de bolsas femininas, que ele mandava fabricar. Meses atrás, ele conseguiu comprar o Golf placa DBI-6678 e foi morar com o casal.

Passagens

Luciano foi descrito pelo casal como tranquilo e prestativo. Mas, em contato com a delegacia de Butiá, o delegado descobriu que ele contava com 12 passagens pela polícia, por diversos crimes, como furto, roubo, receptação, estelionato e tráfico de droga. O carro da vítima foi apreendido.