Durante sete anos, o pedreiro Casemiro Ferreira da Silva, 35 anos, remoeu o ódio pela perda de um grande amor. Na última quarta-feira, decidiu cometer a tardia vingança: atirou três vezes no homem que lhe roubara Viviane. Internado no Hospital Evangélico desde então, o comerciante Amélio Francisco de Oliveira, 28 anos, morreu na noite de domingo e o autor confesso do crime está preso na delegacia de Campo Largo.
Casemiro contou à polícia que a amizade entre ele e Amélio ruiu em 1997. Este último teria provocado a separação de Casemiro e Viviane, que tinham um filho. Pouco depois, Amélio manteve um caso amoroso com a mulher, que durou pouco tempo – hoje ela é casada e constitui família com outro homem.
Arrasado na época, o pedreiro mudou-se para São Paulo e depois voltou a Campo Largo, sem no entanto esquecer o que passou. Ele e o rival voltaram a se falar, mas o clima de intriga era indisfarçável. “Ele acabou com a minha vida”, falou o acusado.
Rolo
Há cerca de quatro meses, o pedreiro fez um “rolo” com a vítima e trocou um aparelho de som e um televisor por um revólver calibre 38. Com a mesma arma na cintura, Casemiro foi ao bar de Amélio, na Rua B, Jardim Emília, Campo Largo, na noite de quarta-feira. Ele chegou a tomar algumas cervejas antes de atirar de surpresa no comerciante. Outro cliente do bar tomou um tiro acidental, de raspão. “Não houve discussão ou outro fato anterior. O autor agiu somente pela mágoa do passado”, disse o escrivão Patrick Mazzolli, que tomou o depoimento do acusado.
Casemiro, preso pela Polícia Militar pouco depois do crime, só tinha passagem na polícia por dirigir sem habilitação. Agora, responde por homicídio.