Vida de ambulante custou 2 reais

Dois reais foi a mísera quantia que levou dois amigos a brigar nos últimos dias de 2002. Ontem de manhã, a discussão teve final sangrento: o vendedor ambulante Carlos Alexandre da Silva, 20 anos, foi morto com um tiro no peito dentro de sua casa, na Rua Lázaro Moreira, Jardim Tropical, Piraquara. O amigo dele e acusado do crime, um garoto de apenas 14 anos, desapareceu.

O menor vive em Joinville (SC) e decidiu passar as festas de Ano Novo em Piraquara, onde tem vários amigos. Um dos mais chegados era Carlos, que o abrigou em sua casa desde o dia 30. Mas logo o clima de festa transformou-se em intriga. “Desde terça-feira ele falava que iria matar meu irmão”, contou Luciene, 18, revelando que a razão inicial da briga era um dívida de R$ 2,00 que Carlos estaria recusando-se a quitar. “Não sei se tinha outro motivo”, disse a irmã da vítima.

Bate-boca

Depois dos festejos da virada do ano, Carlos, que era vendedor de doces, encontrou o menor na entrada de casa, perto das 6h. Houve novo bate-boca e o garoto saiu, voltando logo em seguida, armado. O ambulante fechou-se na residência e logo a vizinhança ouviu um disparo, que fez Carlos cair na sala da moradia, baleado no peito Å o tiro atravessou a fina porta de madeira e atingiu a vítima. “Segundo testemunhas, ele estava junto à porta”, disse a perita Jussara Joeckel, do Instituo de Criminalística.

O Siate foi chamado pelos parentes de Carlos, que morreu antes da chegada da ambulância. “O autor fugiu em direção ao Jardim Holandês”, falou o soldado Dranka, do 17.º Batalhão da PM. A equipe policial tentou encontrá-lo, sem sucesso Å tarefa que agora cabe à Delegacia de Piraquara.

Voltar ao topo