Dúvidas

Versões para a ação policial ilegal na RMC estão confusas

As versões das testemunhas e as oficiais sobre a prisão de quatro suspeitos de matar o pai de três policiais, ocorrida na madrugada de quarta-feira, estão desencontradas. O crime ocorreu em Castro, mas os suspeitos foram detidos em ação irregular pelos policiais.

O agricultor Joaquim Paske, 57 anos, pai de Jaquierisson Parke, 22, ficou com o rosto deformado pelas agressões recebidas no momento da prisão do filho. Na casa da família foi apreendida uma espingarda calibre 12. Além dele, o vizinho Joel das Neves, 36 anos, que teve a residência invadida por engano pelos policiais, também foi agredido.

Álibi

De acordo com os familiares, Jaquierisson e Cleiton Valmor da França, 25, preso com um revólver calibre 38, trabalham em uma indústria de celulose em Curitiba. O registro de entrada e saída da empresa poderá comprovar que eles estavam trabalhando no dia do crime. “Com certeza eles foram torturados para confessar”, lamenta Joaquim.

A informação foi descartada pelo comandante do 17.º Batalhão de Polícia Militar, o tenente coronel Maurício Tortato. Segundo ele, Murilo Gabriel Silva Teixeira, 19 anos, e Alessandro Cropolato de Jesus, 23, presos no início do mês indicaram o nome dos quatro rapazes de Rio Branco do Sul e Almirante Tamandaré capturados pelos policiais.

“Apreendemos objetos com eles, que foram reconhecidos por vizinhos e testemunhas do dia do crime. Na presença do delegado de Castro e do delegado de Rio Branco do Sul, os três confessaram a participação no crime. Só há um jogo de empurra com relação a quem portava a arma e efetuou os disparos”, explica. O advogado de dois dos detidos relatou à Joaquim que Cleiton e Jaquierisson tinham marcas de agressão pelo corpo.

Outros

Os policiais também prenderam o primo de Jaquierisson, Diego Paske, 19, em Almirante Tamandaré. O quarto suspeito que seria preso, Adilson de França, conhecido por “Garagem”, conseguiu fugir algemado. Vizinhos entraram em contato com ele ontem e tentaram persuadi-lo a se entregar. Ele relatou que foi ferido com um golpe de foice na cabeça.

Os três irmãos policiais foram indiciados por abuso de autoridade e lesões corporais. A sindicância a que serão submetidos também deve investigar a participação de outros policiais, já que, segundo várias testemunhas, mais de dez pessoas participaram das prisões e agressões.