Vereador que matou fica no cargo

Por apenas um voto de vantagem, o vereador Flávio Hornug Neto (PMDB), presidente licenciado da Câmara de Vereadores do município de Reserva, a 217 quilômetros de Curitiba, não teve um processo de cassação de seu mandato aberto contra si. Hornug Neto confessou ter assassinado o presidente do Partido Comunista do Brasil (PC do B) de Reserva, Nelson Renato Vosniak, 32 anos, na noite do dia 15 de janeiro.

A votação, realizada em sessão que iniciou às 20h de quinta-feira e durou pouco mais de uma hora, resultou em três vereadores votando a favor e quatro contra a cassação. Do lado de fora da Câmara Municipal, em torno de 500 familiares e amigos de Vosniak aguardavam o final da votação, e quando souberam que o processo não seria aberto, fizeram uma manifestação, revoltando-se contra o resultado. A Polícia Militar foi acionada, porém segundo o soldado Gravieski, o protesto foi pacífico, e a presença da polícia foi apenas preventiva. Os vereadores contrários à cassação saíram vaiados da Câmara e precisaram de escolta policial.

Na quinta-feira anterior, a mesma votação seria realizada, porém não aconteceu por falta de quórum; dos oito vereadores do município, apenas metade compareceu.

Crime

Incompatibilidade política foi o provável motivo do assassinato de Vosniak. Ele estava em seu carro, junto a outros dois companheiros de partido, quando foi baleado e morto. Um dos rapazes recebeu um tiro no pescoço e o outro conseguiu escapar ileso.

Na manhã do dia seguinte, Hornug Neto apresentou-se na delegacia e explicou que há tempos vinha sendo ofendido por Vosniak, presidente do Partido Comunista no município. Ao se apresentar na delegacia, Hornug Neto não foi preso por vários motivos. Além de ser réu primário, ele não era procurado pela polícia, apresentando-se espontaneamente e alegando legítima defesa. Então o vereador foi ouvido e liberado.

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