Vereador de Curitiba preso por desviar R$ 1 milhão

O vereador de Curitiba Paulo Frote (PSC) foi preso ontem, quando chegava em sua residência, no Pilarzinho, por policiais do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco). A prisão preventiva foi requerida na última terça-feira, pela Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público, e decretada ontem pelo juiz da Central de Inquéritos, Marcelo Ferreira. O Ministério Público acusa Frote pelos crimes de concussão e peculato, a partir de investigações iniciadas em março de 2000.

Segundo o órgão, ele teria desviado parte dos salários de servidores de seu gabinete na Câmara Municipal. Em relatório parcial de auditoria em pedido de quebra de sigilo bancário, foram constatadas 67 transferências de contas de servidores para contas em nome de Frote e de sua esposa. Há indícios de que o vereador tenha desviado cerca de R$ 1 milhão da Câmara, valor que, segundo o juiz que ordenou a prisão, “é inaceitável na atual conjuntura em que vivemos, onde a população padece em filas de hospitais por falta de leitos, e onde a falta de investimento na área de saúde e segurança é fator de descontentamento nesta urbe”.

A preventiva foi requerida porque Frote estaria obstruindo as investigações e orientando testemunhas, argumento acolhido pelo juízo, uma vez que o vereador teria “exercido pressão sobre os funcionários e até mesmo orientado quanto ao conteúdo das declarações, colocando na boca das testemunhas aquilo que desejava informar”, conforme citado pelo juiz. O pedido de prisão também foi justificado como forma de garantir a ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal.

O MP tem cinco dias, a contar de ontem, para protocolar a denúncia por peculato e concussão.

Casos semelhantes

Além de Frote, os vereadores Aparecido Custódio da Silva, Elias Vidal e a ex-vereadora Jane Kingerski Rodrigues (gestão passada) são acusados de desvio da remuneração de funcionários em cargos em comissão. Os três respondem na Justiça a processos por peculato e concussão. Vidal também foi denunciado por furto qualificado.

Custódio também teve a prisão preventiva decretada, sendo solto no mês passado, depois de nove meses de prisão, por decisão do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Oto Sponholz, após ter tido cinco habeas corpus negados, três pelo TJ e dois pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O processo já está em fase de sentença. O processo contra Jane Kingerski Rodrigues também está em fase de sentença.

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