Endereço violento

Três crimes mancham de sangue rua no Tatuquara

Nem mesmo a presença da Igreja Batista Manancial foi capaz de afastar a violência na Rua Ignez de Souza Soares, no Conjunto Palmeira, Tatuquara. O saldo do fim de semana foram três homicídios por arma de fogo na rua. E a terceira execução, do jovem Diego Soares Sobreira, 21 anos, que ocorreu perto das 18h do domingo, pode ter ligação com a segunda morte, a de Maicon de Oliveira, de 28 anos, que recebeu dois tiros na rua por volta das 11h30 de ontem e morreu mais tarde, no Hospital do Trabalhador.

Diego morreu na entrada de casa. De acordo com o delegado Rubens Recalcatti, da Delegacia de Homicídios, o rapaz jantava com os pais quando três rapazes o chamaram da rua e ele foi atender. “A mãe viu as armas e implorou para não matarem o filho, mas deram um tiro na testa e em seguida descarregaram o resto da arma”, explicou Recalcatti. Foram mais duas perfurações no tórax e oito nas costas. “Não há dúvidas de que a intenção era executá-lo, mas o motivo ainda depende de investigação”. A família do rapaz estava visivelmente transtornada. Segundo uma das irmãs, o rapaz era chapa na Central de Abastecimento de Curitiba (Ceasa).

A suspeita de que o assassinato de Diego possa estar vinculado à morte de Maicon foi levantada após depoimentos de moradores da rua. Os policias militares do 13º Batalhão, que atenderam às duas ocorrências do domingo, contaram que um rapaz identificado como “Dieguinho” disparou contra Maicon, após ser chamado de “nóia” pela vítima.

Um homem, que não quis ser identificado por morar há cinco anos na Rua Ignez de Souza Soares, estava de passagem em duas, das três vezes em que disparos de arma de fogo romperam o silêncio do local. “Não sei o que pensar do crime de sábado no bar, nem da morte desse garoto (Diego). Aqui é assim mesmo. De vez em quando dá uma parada, mas quando recomeça, morrem uns dois ou três”, afirmou.

A Delegacia de Homicídios vai investigar os três casos.