Depois da mal-sucedida greve de fome realizada por cerca de mil detentos – dos 1.400 – recolhidos na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, o clima é de tranqüilidade no interior da cadeia, de acordo com a direção. Todos os presos estão se alimentando normalmente e receberão visitas no fim de semana. Parte deles, no entanto, está sofrendo sanções disciplinares e alguns não terão direito a visita íntima.

O movimento dos detentos teve início na semana passada porque 14 presos, membros do Primeiro Comando da Capital (PC) e Primeiro Comando do Paraná (PCP), que estariam planejando um motim na prisão, foram removidos para a Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP) e mantidos sob severa vigilância. Por ordem deles, a greve de fome foi deflagrada, como forma de pressionar a direção a reconduzi-los para a PCE. Depois de dois dias de greve, os detentos também passaram a fazer outras reivindicações, como melhoria no atendimento jurídico, médico-odontológico, direito a mais tempo de banho de sol e trabalho.

Atendimento

Conforme afirmou o diretor André Kendrick, os detentos que se excederam durante a greve, praticando atos mais violentos ou desacatando os funcionários, tiveram registro em suas fichas e responderão por isso com suspensão de regalias por 30 dias.

“Os presos que não participaram da greve terão todos os seus direitos assegurados, inclusive a visita íntima no fim de semana”, garantiu Kendrick. Somente os alimentos que serão levados pelos visitantes não poderão ser guardados nas celas. “Tudo o que for trazido terá que ser consumido no pátio”, explicou o diretor.

Quanto às outras reivindicações, estão sendo tomadas providências. Em visita ao corregedor da Vara de Execuções Penais – juiz Roberto Massaro – Kendrick levou a queixa de que o encaminhamento dos processos de revisão e remissão de penas está muito demorado e entregou o registro de documentos de execução de pena para análise. E, dentro de dois meses, deverá voltar a funcionar na PCE o consultório dentário. “Existiam dois, mas foram destruídos pelos próprios presos durante rebeliões. Agora vamos instalar um para atendê-los”, disse. Já a assistência médica continuará a cargo do Complexo Médico, Penal.

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