Tolerância zero contra corrupção e truculência

O governo do Paraná vai apurar e punir rigorosamente todos os fatos que envolvam o uso de truculência ou brutalidade cometidas por policiais civis ou militares contra o cidadão. Esta será uma das principais linhas que nortearão a atuação da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). “Os direitos humanos têm valor primordial na política de segurança do Paraná e esse tipo de comportamento não será tolerado”, afirma Marcelo Jugend, chefe de gabinete da Sesp.

O governador Roberto Requião se comprometeu pessoalmente com esse objetivo. Na quinta-feira, ele determinou o afastamento imediato do delegado Hormínio de Paula Lima Neto e do investigador Paulo Roberto Serafim, ambos da Delegacia de Furtos e Roubos. Eles foram denunciados por crime de tortura, pelo mecânico Carlos Ribeiro Moraes, de 32 anos, em depoimento à Corregedoria da Polícia Civil. Outros dois policiais ainda precisam ser reconhecidos pela vítima e serão igualmente afastados, até a conclusão do inquérito. Moraes, que é dono de uma oficina mecânica, foi detido e teria sido espancado para confessar envolvimento em um suposto roubo de cargas.

Interior

Outros dois casos de violência policial, ocorridos no interior do Estado, estão tendo tratamento semelhante. Três policiais do 8.º Batalhão da Polícia Militar de Paranavaí, lotados no município de Querência do Norte, respondem a processo administrativo disciplinar, que deve ser concluído nos próximos dias. Eles são acusados de espancar o agricultor Michel Matos dos Santos, 19, em 13 de janeiro. Durante uma investigação, os policiais teriam entrado na casa do agricultor e o agredido, para que ele assumisse a responsabilidade por furtos ocorridos na região.

No município de Doutor Ulisses também estão afastados os soldados Laércio Vieira de Araújo e Elias da Silva Corrêa, do 17.º BPM. O primeiro teve prisão temporária decretada e o segundo prisão preventiva. Eles são acusados de matar o tratorista José Marcos Branco da Silva, de 22 anos, durante uma abordagem mal executada, na tarde de 4 de janeiro. Silva conversava com amigos em frente à agência dos Correios, quando moradores próximos, incomodados, chamaram a polícia. Durante a abordagem, os policiais fizeram um disparo de alerta para o alto. O tratorista José Marcos da Silva tentou se afastar, ignorando a ordem para ficar parado, e teria sido baleado pelas costas. Socorrido, morreu no hospital da cidade, horas depois. “A sociedade terá resposta para todos os casos dessa natureza”, afirmou Marcelo Jugend.

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