Susto geral

Tiroteio termina com um preso no Água Verde

Um assaltante, foragido há 15 dias, assumiu a morte do agente penitenciário Jefferson Tadeu dos Santos Andrade, no Ahu, na semana passada. Alexandre Lopes Cardoso, 41 anos, foi preso, no início da tarde de ontem, no Água Verde, depois de trocar tiros num estacionamento com policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), atropelar um investigador e fazer uma mulher refém. Ele alegou que matou o agente para roubar seu Golf.

Policiais do Cope estavam de campana num estacionamento, na Rua Dom Pedro I, onde Alexandre costumava “esfriar” carros roubados. Por volta das 12h30, o marginal foi flagrado com um Focus roubado na terça-feira. Alexandre jogou o carro para cima de um policial, que rolou sobre o automóvel e atirou nos pneus do veículo. Alexandre desceu atirando, entrou numa casa vizinha e fez uma mulher refém. Porém, ao perceber que estava cercado, se entregou.

Placas

Além do Focus, um Renault Logan e um Hyundai i30 roubados foram recuperados. “Ele usava o estacionamento para trocar as placas dos carros”, disse o delegado Alexandre Macorin. Segundo o policial, o proprietário do estacionamento não sabia da ação do marginal. Também foi preso numa oficina na Vila Guaíra, Davi Geraldo Costa, 44, o “Neguinho”, considerado coautor do latrocínio.

Macorin explicou que os policiais confirmaram que a pistola calibre 380 usada por Alexandre na reação à abordagem pertencia ao agente penitenciário. “Até então, era apenas um ladrão de carros “, contou. A pistola 765, que matou Jefferson também foi apreendida numa das casas do marginal, com diversos materiais como balaclava, radiocomunicadores e ferramentas.

Estranho

Ainda segundo Macorin, o assaltante assumiu ter matado o agente para roubar o carro, mas a polícia não descarta que haja outro motivo. “Ele confessou o latrocínio, que tem pena maior que se fosse uma execução”, disse o delegado. “Ele já foi condenado a nove anos de prisão, tinha um mandado de prisão expedido em janeiro. Apesar disso, conseguiu autorização para estudar na Colônia Penal Agrícola”, indignou-se o delegado.

Alexandre foi autuado no Cope por tentativa de homicídio contra o policial, posse ilegal de arma de fogo e falsidade ideológica, já que portava um documento falso em nome de Adilson Pimentel, e por latrocínio na Delegacia de Homicídios, que investigava a morte do agente. O Golf da vítima não foi localizado.

Patricia Pereira/Gazeta do Povo
Material suspeito e armas foram apreendidos.