A tensão no xadrez do 3.º Distrito Policial (Mercês) em virtude da superlotação, agravou-se com as duas tentativas de fuga em massa, ocorridas no último fim de semana. Das quatro galerias, uma foi totalmente interditada e outra parcialmente, depois que os detentos fizeram um buraco na parede e outro no chão da carceragem.
De acordo com o superintende Amaral, por volta das 22h de sábado os plantonistas ouviram um barulho nas celas. Os investigadores então solicitaram apoio aos policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) que, por volta das 2h de domingo, invadiram as galerias B e C, ocupadas por 90 presos.
Assim que estouraram os cadeados e ficaram livres pela galeria C,os detentos serraram as grades e destruíram o "boi" (vaso sanitário rente ao chão) para confeccionar uma espécie de pá. Enquanto alguns cavavam o buraco para chegar à rua, em um das seis celas, os demais faziam outro na parede geminada a galeria B. "A intenção era que os presos da galeria vizinha, que também estouraram os cadeados da celas, passassem pelo buraco na parede e de lá fugissem pelo túnel que estava sendo cavado no chão", contou o superintendente.
Nova tentativa
Com a chegada da polícia, os cadeados foram trocados e cerca de 45 detentos foram levados às celas da galeria B. Alguns dos 45 homens, que ocupavam a galeria C, também foram levados para as celas, mas como as grades de algumas foram danificadas, detentos foram deixados soltos na galeria. Na madrugada de ontem, estes tentaram novamente arrombar a cela onde haviam feito o buraco.