A corrida que levou o taxista Sérgio Luiz Mendes, 47 anos, para a morte custou R$ 26,10. Quando ele chegava ao destino, por volta de 4h30, na Rua Ada Macaggi, no Bairro Alto, em Curitiba, três passageiros anunciaram um assalto e atiraram no pescoço do motorista. Em seguida, fugiram levando a carteira da vítima e entre R$ 80 e R$ 100, o valor das corridas feitas por Sérgio. Revoltados com a morte do colega, taxistas protestaram na manhã de ontem percorrendo vários bairros da capital paranaense.

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Segundo um taxista colega da vítima, que trabalha no ponto da Travessa Nestor de Castro, atrás da Catedral, Sérgio foi abordado por cinco jovens, duas meninas e três meninos. Conforme registrado na Delegacia de Homicídios, uma delas teria perguntado quanto ficaria a corrida até a Rua Ada Macaggi. O colega de Sérgio contou que já conhecia de vista os tais jovens e que, no último dia 14, ele os havia levado até uma casa noturna em Pinhais.

Na madrugada de ontem, Sérgio chegou a questionar se todos iam juntos em seu carro Astra placa ABL-1180. Uma das meninas respondeu que só os três rapazes fariam a corrida até o endereço. Um deles sentou no banco da frente e os outros atrás. Antes de entrar no carro, um dos garotos teria ligado para a tia pedindo que ela os esperasse com o dinheiro para pagar a corrida. Cerca de meia-hora depois, Sérgio chegou ao destino e os rapazes anunciaram o assalto. Depois de atirar na vítima com uma arma de grosso calibre, os marginais fugiram levando os documentos do carro e a carteira do taxista. Quando os policiais militares chegaram ao local ainda encontraram o carro ligado em ponto morto e Sérgio caído no banco.

De acordo com testemunhas ouvidas, os suspeitos eram brancos e usavam trajes tipo Hip Hop e bonés. Um deles tinha cerca de 1,70 metro de altura; tinha sardas no rosto, duas tatuagens coloridas, uma em cada braço e piercings no supercílio e nariz.

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O dono do veículo, que acompanhou o trabalho da perícia na manhã de ontem no pátio do Instituto de Criminalística, disse que o Astra foi entregue a Sergio por volta de 18h30. “Trabalhava com ele há dois anos, Ele era uma pessoa tranquila. Não sei se ele esboçou reação. De repente, ele foi colocar a mão no bolso para pegar o dinheiro e os bandidos se assustaram”, contou.

Protesto

Átila Alberti
Taxistas foram em carreata até a Furtos e Roubos.
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Logo depois da notícia do crime, um grupo de taxistas chegou a cercar a região em busca dos suspeitos. Na manhã de ontem, vários colegas de profissão promoveram um buzinaço em frente à Delegacia de Homicídios e seguiram em carreata até a Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), que investigará o caso por se tratar de latrocínio (roubo com morte). Por volta de 8h30, cerca de 40 carros chegaram a trancar a Avenida Presidente Affonso Camargo, no Cristo Rei, em frente à especializada. O protesto se estendeu até o Portão, na região do 8.º Distrito Policial, depois que os taxistas receberam a informação de que um dos suspeitos teria sido preso pela Polícia Militar, o que não foi confirmado.