Fuga com alvará

Suspeito de matar educadora é liberado por engano do CMP

Um dos seis suspeitos de matar a educadora Renata Melo do Amaral, 36 anos, durante assalto no Boa Vista, no mês passado, foi solto por engano. Luiz Fernando Arcílio, 18 anos, foi liberado do Complexo Médico Penal (CMP) na sexta-feira e a Secretaria Estadual de Justiça investiga o que aconteceu.

Uma semana depois do latrocínio de Renata, a polícia prendeu cinco suspeitos, entre eles Luiz. De acordo com a delegada Maricy Mortagua Santineli, da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), ele sentia muitas dores no corpo e precisava de tratamento, o que fez com que fosse transferido para o CMP, em Quatro Barras.

Luiz respondia a outros quatro processos criminais. Para um deles, a Justiça expediu alvará de soltura. Um oficial de Justiça foi cumprir o mandado na última sexta-feira, no CMP, e o criminoso conseguiu a liberdade.

Erros

Luiz ainda cumpria prisão preventiva pela morte da educadora e, por isto, não poderia ganhar as ruas. A Secretaria acredita que tenha ocorrido erro duplo. O primeiro, pode ter sido na expedição do alvará de soltura. Quando um preso responde a vários processos, o juiz emite o alvará, mas com observações referentes aos outros processos. A observação é importante para que a direção do presídio (ou o delegado) verifique se não há outras pendências judiciais.

O alvará de Luiz Fernando não continha nenhuma observação. Diante disto, a direção do CMP liberou o preso e só depois verificou sua ficha. Assim que percebeu o erro, comunicou a polícia e o judiciário.

Crime

Renata foi morta em 1º de novembro, dentro de um brechó infantil, na esquina das ruas Fernando de Noronha e João Gbur, no Boa Vista. Os ladrões queriam levar o Astra dela. A educadora reagiu e levou um tiro na cabeça, com o bebê no colo. A criança não foi atingida.

Na semana seguinte ao latrocínio, além de Luiz Fernando, foram presos Alex Martins, 27 anos, Alan Cristian Horst Beck, 23, Marcelo Dubay, 25, e Tarisson Rodrigues Ribeiro. Um adolescente ainda está foragido.