A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), com um efetivo de cerca de 30 policiais e carceragem com quase 130 detentos, opera no limite. Diante deste quadro, os policiais decidiram interditar a delegacia nesta terça-feira (22), a partir das 9h. Por causa do grande número de presos, eles ficam empenhados em organizar visitas, que acontecem em espaços improvisados, e na guarda das celas, prejudicando as investigações.

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Os efeitos colaterais mais evidentes, além da dificuldade de solucionar o grande volume de casos de furto e roubo de veículos registrados na capital, foram as três tentativas de fuga da delegacia. A última foi no sábado (19), quando cerca de 60 detentos quase ganharam as ruas da Vila Izabel, onde a delegacia está instalada.

Inferno

A interdição da DFRV faz parte da campanha “Inferno Carcerário”, do Sindicato dos Policiais Civis do Paraná (Sinclapol). Novos presos não serão aceitos e as visitas de familiares serão canceladas, a exemplo do que aconteceu no 12.º Distrito Policial (Santa Felicidade), na semana passada.

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“Os policiais estão correndo risco de morte e sendo forçados pelo governo, há várias gestões, a trabalhar na ilegalidade. Cuidar de preso, assim como organizar visitas e fazer escoltas, não faz parte das funções de policial civil. A população vizinha desta, e de outras delegacias, fica exposta ao risco”, avaliou André Luiz Gutierrez, presidente do Sinclapol.

Ele explicou que a carceragem da DFRV foi transformada em cadeia pública e está sob responsabilidade da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju). “Deveria ter agentes penitenciários, no lugar de investigadores, cuidando dos presos”, critica Guitierrez.

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