“Substituía” cobrador para roubar no ônibus

Sem emprego, Aldair dos Santos, 18 anos, resolveu brincar de ter uma profissão honesta: cobrador de ônibus. Mas, para sentar-se no caixa, rendia os funcionários armado com faca e recolhia para si próprio o dinheiro dos passageiros. Foi preso em flagrante ontem de manhã pela Polícia Militar, em Piraquara.

O jovem estaria aplicando há um mês este método de assalto na cidade. “Quatro cobradores já o reconheceram”, disse o soldado Alves, do 17.º Batalhão, um dos responsáveis pela captura. Às 7h30 de ontem, Aldair entrou no ônibus da linha Jardim Bela Vista pela porta de trás, 500 metros antes do ponto final. Como não havia mais passageiros, teve facilidade em abordar os dois funcionários em serviço da Viação Piraquara, mostrando uma faca. “Ele queria abrir o cofre, mas não havia jeito. Então mandou o motorista seguir o percurso normal. Sentou na minha cadeira e fiquei no banco da frente”, relatou o cobrador.

Conforme os passageiros iam entrando, topavam com o rapaz desleixado, de faca na mão, no lugar do cobrador. Como não podiam mais voltar, alguns lhe entregavam o preço normal da passagem e outros davam notas maiores Ä sem receber o troco.

Prisão

A brincadeira durou dez minutos, até que Aldair desceu do ônibus. Um transeunte, alertado pelo motorista, correu atrás e atirou na direção do suspeito, sem acertá-lo. Ao mesmo tempo, um dos passageiros ligou pelo celular para a PM, que agiu rápido. “Ele correu por um carreiro que dá acesso à Vila Macedo. Com apoio de outras viaturas, o prendemos na entrada da vila”, disse o soldado.

Com o preso, a PM apreendeu R$ 29,10 em notas e moedas, três vales-transporte e a faca. Aldair admitiu o roubo ao ônibus do Jardim Bela Vista e apenas mais um outro, há um mês, na linha Jardim Santa Mônica, também em Piraquara. “Sem serviço, não posso ficar parado”, justifica o acusado, ressaltando que jamais usou arma de fogo ou ameaçou ferir as vítimas. A PM suspeita que ele tenha praticado entre oito e dez assaltos de forma semelhante na região. Para comprovar, será feito reconhecimento pessoal pelas demais vítimas.

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