Sócio de Cachoeira nega fraude em licitação

Depôs no final da tarde de ontem, na sede do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), em Curitiba, o empresário argentino Roberto Sérgio Copolla. Ele é sócio, junto com Carlos Augusto Ramos, o “Carlinhos Cachoeira”, da empresa Larami que, em dezembro de 2001, venceu licitação para administrar o serviço de loteria on-line no Paraná.

O Nurce investiga, há três meses, suspeita de fraudes no processo licitatório vencido pela Larami. Em depoimento realizado em Altamira (GO), duas semanas atrás, “Cachoeira” disse que foi Copolla quem acompanhou de perto a licitação.

No depoimento de ontem, o empresário negou qualquer irregularidade. À imprensa, ele disse ter apresentado documentos que provam a lisura do processo e afirmou estar disposto a colaborar com a Justiça brasileira.

Capital

Copolla, “Cachoeira” e mais um representante da empresa argentina Bold compraram a Larami dias antes da concorrência, em operação que resultou num aumento expressivo do capital da empresa, de apenas R$ 5 mil para cerca de R$ 600 mil. O edital da licitação exigia dos concorrentes um capital mínimo de R$ 500 mil. Segundo Copolla, a compra da Larami foi regular. Ele afirmou ter documentos que provam a lisura da operação.

O antigo dono da Larami, Luiz Carlos Ramirez, depôs na última terça-feira, em Foz do Iguaçu, ao delegado Naylor Robert de Lima, responsável pelo caso. De acordo com o delegado, não existem provas do envolvimento de Ramirez com a licitação no Paraná. Como não poderia participar da licitação, por não ter a empresa o capital exigido no edital, Ramirez teria concordado em vender a Larami para Copolla e “Cachoeira”.

Outros fatos que intrigam a polícia são a troca da equipe responsável pelas licitações no Serlopar, às vésperas da análise das empresas concorrentes, e uma cláusula da licitação que permitiu à Larami ter total autonomia para contratar outras empresas para administrar o serviço de loteria on-line no Paraná. Foi por isso que a Eletrochance, empresa que também pertence a Copolla, prestou serviços ao Serlopar.

O delegado Robert de Lima disse que vai analisar os documentos, em busca de indícios que confirmem as suspeitas de fraude. Até o momento, nenhum dos envolvidos no caso foi indiciado.

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