Sobra de um lado, falta de outro

Os carros oficiais em desvio de função chegam à metade da frota, considerando também aqueles destinados a outros órgãos públicos que nada tem a ver com o trabalho policial. A cada renovação da frota da polícia, os carros novos vão para os delegados alinhados com o comando geral. As viaturas por eles dispensadas vão para os servidores de segundo escalão e as desses chegam aos investigadores, já com cinco ou seis anos de uso.

Salvo raras exceções, os 384 delegados do estado têm uma viatura para uso particular. Escrivães e investigadores também desfrutam da regalia, sempre com combustível e manutenção por conta do Estado. Em Curitiba, viaturas que deveriam estar no trabalho de investigação passam o dia estacionadas em locais proibido nas ruas próximas ao Departamento da Polícia Civil.

Carência

Enquanto isso, os 22 postos no interior do Instituto de Identificação não têm viatura para os papiloscopistas irem a locais de crimes coletar impressões digitais que vão auxiliar na investigação. As 16 viaturas do órgão estão em Curitiba, uma delas para uso pessoal do diretor.

Na Delegacia de Homicídios, são seis delegados e cinco equipes de investigadores para 60 novos inquéritos mensais. A DH dispõe de 21 viaturas, mas as melhores estão com a chefia e passam o dia paradas à disposição dos delegados e outros funcionários. Sobram as mais velhas para as investigações.

Custo

A Polícia Civil gastou no ano passado R$ 2,7 milhões na locação de 129 carros, um quarto das viaturas usadas para fins particulares. Gasto desnecessário se a frota disponível fosse bem utilizada.