Queda de braço

Sesp rebate promotor e diz que Gaeco não vai acabar

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná emitiu uma nota, assinada pelo secretário Cid Vasques, rebatendo as acusações feitas pelo coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti, de que o grupo seria extinto após a decisão de ser obrigado a fazer rodizio dos policiais civis e militares que atuam no grupo, braço investigativo do Ministério Público.

Ele classificou a decisão do MP-PR, de acabar com o Gaeco como “uma visão distorcida e autoritária da realidade”. Vasques justificou o rodizio de policiais como “um salutar efeito multiplicador das boas práticas que o Ministério Público exercita e cobra das demais instituições, sem perda da experiência adquirida, que é repassada de servidor para outro servidor”.

Além disso, comparou a decisão de acabar com o grupo como “uma criança que se sente ‘dona da bola’, quando algo lhe desagrada, simplesmente decide parar de jogar”. Deixou claro que vê na decisão “uma perseguição política irracional”.

Semana passada, Leonir Batisti, coordenador estadual do Gaeco, decretou a extinção do grupo. Segundo ele, isso deve acontecer na próxima sexta-feira, dia em que 27 dos 38 policiais que atuam no Gaeco deverão retornar para as funções normais em suas corporações.

“Não haverá reposição, porque não concordamos com a saída destes policiais e criticamos a forma como se deram as indicações para este suposto rodizio, que simplesmente foi imposto”, declarou Batisti.

Ele justificou que para fazer parte da equipe de combate ao crime organizado, é preciso que o policial esteja disposto. “Parte dos policiais impostos para atuarem no rodízio já manifestaram que não gostariam de trabalhar lá”.

Segundo ele, com a extinção do Gaeco, 638 processos abertos, a maioria deles contra crimes do “colarinho branco”, serão prejudicados. “Infelizmente os resultados do combate a estes crimes vão se perder”, explicou o procurador.

As divergências entre a Sesp e MP-PR vem se arrastando há meses e ganharam mais intensidade na semana passada, depois que o Conselho Superior do MP negou a renovação da licença do secretário.