Seqüestrador diz que não tem tanto dinheiro

Pedro Ciechanovicz, o “Pedrão”, negou em seu depoimento, de cem linhas, no Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) de São Paulo, estar envolvido em 15 seqüestros. Aos policiais – que hoje vão ouvir o empresário João Bertin – prometeu colaborar e indicar os cativeiros onde ficaram Bertin e o empresário Roberto Benito Júnior. Pedrão negou que tenha acumulado uma fortuna de US$ 10 milhões. Disse ter passado 16 anos na prisão e se envolvido em diversos “negócios”.

O seqüestrador foi preso na madrugada de segunda-feira, em sua casa no Capão Raso, em Curitiba.

Ontem a polícia liberou trechos de gravações de Pedrão, dias antes de ser preso, falando com a mulher. “Que tipo de polícia esteve aí (numa casa dele, em Suzano, invadida pela PM na quarta-feira). Civil ou militar? Falaram meu nome? As coisas estão apertando. Mandei cancelar tudo que tinha feito e vou apressar para resolver aquele problema.” A polícia acredita que a conversa era sobre a diminuição do resgate de Bertin de US$ 700 mil para US$ 500 mil e sua libertação.

Na TV

Sentada com a mãe na sala de casa, em Presidente Prudente, interior de São Paulo, V., de 19 anos assistia na noite de segunda-feira ao noticiário pela televisão quando viu Pedro Ciechanovicz, ser apresentado pela polícia como o principal seqüestrador do Estado, responsável por 15 casos. V. se sentiu mal. Sua mãe, S., ficou com os olhos fixos na tela da tevê. Naquele instante, as duas se lembraram de novembro de 2000, quando foram seqüestradas por Pedrão e sua quadrilha.

Mulher e filha de um empresário do ramo de carnes, dono do frigorífico Bom Marte, de Presidente Prudente, S. e V. ficaram 56 dias seqüestradas. A garota passou seu aniversário de 17 anos no cativeiro e teve de comemorar a data com um bolo comprado pelos criminosos. Mãe e filha só foram soltas após o pagamento do resgate, no valor de US$ 100 mil.

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