Sepultada garotinha vítima de bala perdida

A garotinha Danielle da Silva Rebelo Campos, de 4 anos, pode não ser a última vítima de bala perdida na Vila Centenário, no Cajuru. O alerta é do próprio pai da criança, Lourenço da Silva Rabelo Campos. A menina foi mortalmente ferida quando estava dentro da casa da avó, na Rua Catulo da Paixão Cearese, às 16h30 de domingo. Levada pela família ao Hospital Cajuru, não resistiu. Ela foi sepultada ontem, às 16h, em São José dos Pinhais.

Lourenço, que se refere à filha como “minha princesa”, também é pai de um menino de 6 anos, na verdade já temia que isto ocorresse. Por este motivo, os filhos iam de casa para a escola sempre acompanhados por um adulto e só visitavam amigos e parentes da mesma forma. Nunca brincavam na rua. Tanto cuidado não adiantou. Danielle estava sentada em uma cadeira, na parte superior do sobrado da casa da avó, quando sua cabeça foi atingida pela bala perdida. “Aqui se escuta disparo a qualquer hora. Até de manhã há tiroteios. Não tem hora para acontecer”, salientou Lourenço.

Ele lembrou que sua mãe costumava dizer para ter cuidado com as crianças, pois não queria ver um neto ou uma neta vítima de acidente de trânsito ou de bala perdida.

Policiamento

Tiros e armas nas ruas são comuns no Cajuru. Já não se pode dizer a mesma coisa a respeito de viaturas e policiais. A queixa é do pai de Danielle e outros moradores do local, que estiveram no velório da criança. Segundo eles, a qualquer hora do dia é possível encontrar jovens armados e as “famosas” guerras entre gangues. Isto foi flagrado por uma câmara de televisão, que fazia uma reportagem sobre a morte de Danielle e filmou um rapaz correndo em frente a residência, com uma arma na mão. “Agora é que se vê viaturas. Depois que a minha filha morreu. Mas aqui isto é muito raro. O policiamento melhorou um pouco por causa do que aconteceu, mas talvez volte a ser como era daqui a alguns dias”, enfatizou Lourenço. “A minha princesa não volta mais. Mesmo assim quero pedir ao Secretário de Segurança Pública que coloque mais viaturas para impedir que o pior aconteça. Têm que ser todo o dia e em todos os horários. Assim as pessoas se sentirão mais seguras”, apelou Lourenço. “A gente sai vivo para trabalhar e não sabe se volta”, acrescentou. (VB)

Acusado do crime está sendo caçado

David de Oliveira Pompeo, vulgo “Farol”, acusado de ser o autor do disparo que matou a garotinha Danielle da Silva Rebelo, de 4 anos, continua em liberdade. “Farol” é um bandido de alta periculosidade, foragido do 11.º Distrito Policial (Cidade Industrial), onde cumpria pena por roubo e é acusado de envolvimento com o tráfico de drogas e em vários homicídios no Cajuru. O delegado Stélio Machado, titular da Homicídios, afirmou ser “uma uma questão de honra colocar este indivíduo atrás das grades novamente”. “Farol” é temido pelos moradores do Cajuru e costuma andar com duas armas na cintura.

Tiros

“Farol” estava nas proximidades da casa da avó da menina, na Rua Catulo da Paixão Cearese, às 16h30 de domingo, quando viu dois de seus rivais trafegarem pelo local com um Chevette, que também era ocupado por uma terceira pessoa. “Farol” descarregou a arma e uma das balas passou pela janela do andar superior do sobrado e se alojou na cabeça da criança, que estava sentada em uma cadeira.

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