Seis detidos prestarão depoimento

Advogados dos três dirigentes da Associação Paranaense de Empresários de Obras Públicas (Apeop) que tiveram negado o pedido de habeas corpus, na sexta-feira, devem recorrer esta semana da decisão. Anteontem, treze dos dezenove detidos na operação Grande Empreitada foram colocados em liberdade e seis deles tiveram a prisão prorrogada. Serão ouvidos esta semana o presidente da Apeop, Emerson Gava, e o vice-presidente, Fernando Afonso Gaissler Moreira – que ainda não prestaram depoimento – e Carlos Henrique Machado, Lucídio Bandeira Rocha Neto (ambos da Associação Paranaense de Empresários de Obras Públicas – Apeop), Mário Henrique Furtado Andrade (da empresa Afirma) e Lucas Bach Adada (da Comec). Os quatro últimos já prestaram depoimento, mas permanecem como alvos da investigação.

"A prisão temporária serve para levantar provas, mas nós não temos informações sobre o que deve mantê-los presos, uma vez que o depoimento foi dado e já apreenderam o que queriam", disseram Paulo Alarcon e Gilson Bonato, que defendem um dos acusados já interrogado esta semana.

Apesar de os advogados ainda questionarem a necessidade das prisões, o delegado Sérgio Sirino diz que não houve exageros. "A necessidade das prisões era premente, uma vez que essas pessoas são dotadas de capacidade operacional e assessorias, de forma que se fossem apenas intimadas, viriam à delegacia, tomariam ciência da investigação e pulverizariam as provas", salienta. Ele comenta que as provas já encontradas nos interrogatórios dos 13 detidos liberados serão gancho para outras investigações. "Ficamos satisfeitos com o conteúdo das declarações, além das provas colhidas em suas residências e empresas."

A partir de agora, as investigações focarão os editais da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), substituídos dentro de suposto esquema de superfaturamento de obras viárias na RMC, em um acordo entre Apeop e empreiteiras. Amanhã, devem ser ouvidas treze secretárias – duas da Apeop e onze das empreiteiras envolvidas no caso. Segundo Sirino, elas devem ser fontes importantes de informações que ajudariam a desvendar a anulação de um edital da Comec, reformulado com diferença de faturamento em 25%, em um acordo firmado entre as empresas participantes e a Apeop.

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