“Sabiá” foge da gaiola

Uma quadrilha que estaria ligada ao crime organizado, através do Primeiro Comando da Capital (PCC) – instituição criminosa nascida em São Paulo -envolvida com tráfico de drogas, assaltos, latrocínios e assassinatos, foi desmantelada por policiais do 10.º Distrito Policial (Sítio Cercado), na madrugada de ontem. Carlos José Dias de Siqueira, o "Gatão", 26; o irmão dele, Valdemar Dias Siqueira, conhecido como "Marco", 29, e Willian Vais, o "Maluquinho", 27, foram presos. Um menor – de 17 anos – foi apreendido. O líder do grupo, Nivaldo Dias Siqueira, o "Sabiá", 36; e três homens identificados como "Claudião", "Filipinho" e "Mamute" continuam foragidos.

Com o grupo a polícia apreendeu três revólveres, a motocicleta placa AMJ-2552 (roubada no último dia 3 de março no Tatuquara), 15 pedras de crack grandes e uma placa ADN-4512. Além de um recorte da Tribuna com a matéria de um assassinato, em que Sabiá era apontado como autor da morte da mulher dele.

Investigações

O superintendente Neimir Cristóvão disse que no início deste mês foi procurado por familiares de Jonatan de Paula Cabral, assassinado na madrugada do dia 2 de outubro do ano passado, após se envolver em uma confusão em um bar, na Estrada do Ganchinho, esquina com a Rua Nicola Pelanda, no Umbará. O caso havia sido atendido pela Delegacia de Homicídios, mas até então, a autoria era desconhecida. Os policiais da distrital investigaram e apuraram que o autor seria um garoto de 17 anos, que havia executado Jonatan a pedido de um homem conhecido como "Sabiá".

Coincidentemente, às 14h do dia 7 de março, Emerson Eloi Arndt foi baleado, no Umbará. O autor dos disparos foi "Claudião", também a mando de "Sabiá", porque a vítima se negava a comercializar drogas para o grupo. Na continuidade, os policiais descobriram que se tratava de uma quadrilha organizada. Um dos integrantes, Carlos José Dias, é apontado como um dos autores do latrocínio do taxista João Lásaro da Silva, 49, às 22h do dia 13 de dezembro de 2004.

Prisões

Com mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pela Justiça, os policiais foram até a casa de "Sabiá e encontraram armas, munições e as 15 pedras de crack. "Estas pedras são maiores porque são distribuídas para outros traficantes, que fazem as pequenas pedras para comercializar", explicou o investigador Marquinhos, que participou da operação. Na sala da moradia havia uma garrafa de aguardente com imagens de um demônio e várias velas acesas em volta. Também foi achado o recorte de jornal que trazia a matéria do assassinato da Maria Carmélia Ferreira Alves, 21 anos, que aconteceu na Rua Ângela Navarini Scort, Vila Palmeira, Tatuquara, onde "Sabiá" continuava residindo, após ser apontado como autor do crime. "Denúncias anônimas informavam que Sabiá iria receber uma carga de fuzis, nos próximos dias", salientou Neimir.

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