Reviravolta no caso de jovem baleada por suposto namorado

O laudo passado pelos médicos do Hospital Cajuru à polícia, revelando o local exato que a bala atingiu o corpo da estudante Ketelim Silveira Wetkozski, 16 anos, mudou o rumo das investigações. De acordo com o delegado Douglas Vieira, da delegacia de São José dos Pinhais, é pouco provável que o tiro tenha sido disparado acidentalmente, em uma “brincadeira” de roleta russa. Além disso, o adolescente apontado como autor do disparo, de 17 anos, não era namorado da jovem, e sim um rapaz de alta periculosidade, com vários antecedentes criminais.

De acordo com o superintendente da delegacia local, Altair Ferreira, na tarde de ontem o delegado Douglas foi até o hospital, onde a jovem continua internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e conversou com os médicos responsáveis pelo caso. Ele foi informado que o tiro disparado contra ela atingiu sua nuca e transfixiou a cabeça, saindo na testa. Este detalhe praticamente descarta a hipótese de roleta-russa, apresentada pela moradora da casa e amiga da vítima, Kelly Liliane de Souza, 22 anos. “Em 90% dos casos, o tiro disparado em roleta russa é dado no ouvido. Provavelmente a Kelly está escondendo muita coisa”, afirmou Ferreira.

Hoje, peritos do Instituto de Criminalística irão até a casa onde Ketelim foi baleada, no bairro Urano, para colher novas pistas que possam auxiliar na elucidação do crime, como o projétil que a atingiu, já que o tiro foi transfixiante.

Mentiras

Através do depoimento dos pais de Ketelim, outras peças do quebra-cabeça foram unidas e a versão passada por Kelly foi praticamente desmentida. Eles informaram à polícia que a filha era dependente química e estava fazendo tratamento, e por isso passava os fins de semana em um retiro. Eles evitavam ao máximo que ela freqüentasse a casa da amiga Kelly, que estaria influenciando a adolescente a consumir entorpecentes. O local foi apontado por outras pessoas como ponto para o tráfico de drogas. “Antes ouvida como testemunha, hoje ela será interrogada e poderá ser indiciada por corrupção de menores e co-participante do crime. Certamente Kelly está mentindo sobre o que realmente aconteceu naquela noite”, acredita Ferreira.

Quanto ao rapaz que a baleou, os pais e amigas da vítima afirmaram com veemência que não o conheciam e que ele não era namorado dela. Após levantar o seu nome completo a polícia descobriu que o menor contava com várias passagens por roubo e assalto, já havia ameaçado outras meninas e que atualmente estava em liberdade vigiada pela Vara de Infância e Juventude do município. Na casa dele os pais informaram que ele está foragido desde o dia do crime. Mediante a situação, a liberdade dele foi suspensa e um mandado de apreensão foi expedido pelo juiz do município.

Saúde

De acordo com o que foi passado ao delegado pelos médicos do Hospital Cajuru, o estado de saúde da adolescente é bastante grave, já que está respirando por aparelhos. A tragédia teria acontecido por volta das 22h15, no interior da residência situada na Rua Toledo, bairro Urano, São José dos Pinhais.

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