“Rainha do Crack? da Praça Tiradentes na cadeia

Apontada como ?Rainha do Crack? da Praça Tiradentes, Najara Gabriela Carvalho Cassiano, 18 anos, foi surpreendida por policiais do 1.º Distrito Policial (centro), às 4h30 de sábado. Grávida de cinco meses, a jovem estava entregando duas pedras de crack a um viciado. Na boca havia mais 21 pedras e, na vagina, outras 52, totalizando 75 pedras.

Apesar de ter completado 18 anos em 8 de março, Najara contou que esta é a quarta vez que vai parar atrás das grades. Nas outras vezes, o crime foi desclassificado para uso de entorpecente. Filha de presidiário, ela lembra que seu pai foi preso há seis anos por latrocínio (roubo com morte). Na época, ela saiu de casa, deixando a mãe e seus oito irmãos.

?Virei garota de programa. Fiquei dois anos nessa. Depois trabalhei em um bar. Aí, vi que vender droga rende bem mais?, contou. Najara costuma ir todos os dias à Praça Tiradentes, e vende, diariamente, cem pedras de crack. ?Eu não uso, só vendo. Só uso maconha e cocaína, bebo e fumo. Crack, jamais!?, relatou a jovem, sem explicar o motivo.

Hotéis

Para evitar ser descoberta pela polícia, ela não tem residência fixa e mora em hotéis de alta rotatividade no centro da cidade. ?Cada dia durmo em um lugar diferente.? Ela conta que vai buscar o crack em São Paulo e traz de ônibus convencional. ?Coloco dentro da mala. Ninguém revista. Trago bastante. Mas, na verdade, não é tudo para mim. Entrego uma parte para outra pessoa e fico com um pouco para revender?, disse. ?Vou para São Paulo pelo menos uma vez por mês?, acrescentou.

Najara alega que prisão foi uma falta de sorte. ?No sábado nem trabalhei. Fui para a balada. Sai às 4h e resolvi vender umas pedrinhas. Aí, a polícia me pegou.?

O superintendente Adolfo Rosevicz Filho, do 1.º Distrito Policial (centro), informou que os investigadores Fábio, Geraldo e Aroldo tentavam prender Najara há meses.

?Esta não foi a primeira vez, mas, nas outras, a quantidade era muito pouca. Agora, ela deve ficar um bom tempo presa?, disse Adolfo.

As investigações continuam para prender outros traficantes que agem no centro da cidade. ?A idéia é não deixar pedra sobre pedra. Limpar o centro e devolver ao cidadão de bem o espaço que é dele.?

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