Quatro delegados, 16 policiais e três comerciantes foram denunciados nesta quinta-feira (15) pelo Ministério Público por envolvimento em corrupção, lavagem de dinheiro e concussão (uso da função pública para exigir dinheiro ou vantagem). Entre os denunciados estão o delegado Luiz Carlos de Oliveira, que estava à frente da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) no período investigado, o delegado Gerson Machado, ex-titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), além dos delegados Marco Antônio de Góes e Anderson Franco, que também passaram pela delegacia.

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As denúncias são resultado da Operação Vortex, deflagrada em abril pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que encontrou indícios de extorsão a donos de lojas de autopeça e ferro-velho. Os policiais são acusados de endurecer a fiscalização para criar condições em que pudessem exigir dinheiro ou coagir comerciantes a oferecer propina.

Indutor

Segundo o procurador de justiça e coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti, existem fortes indícios que o delegado Luiz Carlos era quem mais induzia investigadores à corrupção. “Temos provas que ele se beneficiava diretamente. Não dá para afirmar que foi um dos idealizadores do esquema, mas tinha bastante influência nas ações”, disse Batisti.

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Em abril, Luiz Carlos, Gerson e o investigador Aleandro Riguetto, ficaram presos por poucas semanas. Quando saiu da prisão, o delegado Gerson fez duras criticas ao trabalho do Gaeco e acusações contra Luiz Carlos. “Ele diz que ajudou o Gaeco trazendo testemunhas para depor sobre o esquema, mas já estávamos investigando a participação dele”, rebateu Batisti. O advogado Rafael Antônio Pellizzetti, que defende Machado, emitiu nota alegando que a investigação se baseia apenas no depoimento de uma testemunha, que, segundo ele, tem longa ficha criminal e teria ameaçado fazer de tudo para prejudicar o delegado.

Operação

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Em 3 de abril, o Gaeco e a Corregedoria da Polícia Civil cumpriram 18 mandados de busca e apreensão, e prenderam os dois delegados e o investigador, por porte de arma sem registro. Na casa de Luiz Carlos foram encontrados 98 mil dólares e munição de uso restrito. As investigações haviam começado há cerca de oito meses, para apurar suposta corrupção na polícia e ilegalidades relacionadas a desmanche de veículos. A operação se concentrou na DCCP, na DFRV e no 6.º DP (Cajuru).