Quatro assassinatos e delegacia invadida

Márcio Barros, Marcelo Vellinho e Valéria Biembengut

Em menos de 24 horas, quatro pessoas foram assassinadas a tiros, golpes de faca, foice ou machado, em Campina Grande do Sul. Um duplo homicídio ocorreu no sábado e dois assassinatos foram registrados ontem. A polícia não descarta a possibilidade de todos os casos estarem relacionados. Além da onda de violência contra a vida, a delegacia local foi invadida por três homens armados que arrebataram cinco presos. Até o final da tarde de ontem apenas um dos detentos havia sido recapturado.

A matança começou na madrugada de sábado, quando o auxiliar de produção Jaimerson de Jesus dos Santos, 28 anos, e o açougueiro Valter da Silva, 33, foram mortos com golpes de machado. Ao lado dos corpos, na estrada de Mandaçaia, estavam as motos que eles pilotavam, uma Titan e uma Broz, ambas com placas de Campina Grande do Sul. Os corpos estavam a alguns metros do Bailão do Pacheco, onde as vítimas tinham passado a noite se divertindo.

Segundo o depoimento de um rapaz, quando Jaimerson e Valter saíram do bailão, deram carona para uma garota. Na frente do estabelecimento, a moça que estava na garupa de um deles foi ferida com um tiro na perna e os motoqueiros pararam para dar socorro. “Quando eles pararam, foram surpreendidos por três homens que cometeram o crime”, contou o rapaz.

/A polícia recebeu uma informação de que seis tiros foram disparados mas nenhum acertou os rapazes, tanto que eles foram assassinados com golpes de machado. Os suspeitos foram identificados como “Nica” – que estava com o revólver -, “Sarmorinha” – armado com o machado -, e Renato, que dava cobertura aos assassinos.

O sargento Barbosa e os soldados Lopes e Edson, da 4.º Companhia do 17.º Batalhão, disseram que a moça, supostamente baleada, não foi localizada pra dar esclarecimento.

Grupo liberta traficante


Valéria Biembengut e Márcio Barro

O arrebatamento de um preso do xadrez da delegacia de Campina Grande do Sul, resultou na fuga de outros quatro, por volta de 23h50 de sábado. Um dos evadidos foi recapturado nas proximidades da delegacia, logo em seguida da fuga. Os demais não tinham sido encontrados até o final da tarde de ontem.

Os bandidos que invadiram a delegacia pularam o muro e renderam o policial que estava de plantão. A ordem do grupo era libertar Jeferson dos Santos Padilha, 20 anos, conhecido como “Ki Suco”, preso por tráfico de drogas e assalto. No entanto, os presos Luiz Gabriel da Silva Oliveira, 20 (assaltante); Hamilton do Bonfim Clementino, 46 (preso por latrocínio); Fábio Rodrigues dos Santos, 19, o “Juninho” (preso por assalto) e Tiago Junior Netz, 21 (preso por tentativa de homicídio), aproveitaram a oportunidade e fugiram. Outros 14 indivíduos que estavam no xadrez não quiseram fugir e aguardaram a chegada da polícia.

Além de libertarem os presos, os marginais roubaram uma escopeta calibre 12, munições, duas algemas e um colete à prova de balas.

Tiros e golpe de foice na Palmeirinha

Marcelo Vellinho

O último caso do final de semana sangrento em Campina Grande do Sul aconteceu por volta de 13h, quando Adriano Gonçalves da Cruz, 24 anos, foi assassinado com dois tiros no pescoço e um golpe de foice no rosto. O corpo ficou caído no meio da estrada da Palmeirinha, localidade de Queimados, até a chegada do Instituto de Criminalística e Instituto Médico-Legal (IML).

“Algumas pessoas disseram ter visto o rapaz bebendo em um bar da região por volta de 10h, depois disso ninguém sabe por onde ele andou e nem quem cometeu o crime”, contou o sargento Barbosa, da Polícia Militar, que deu atendimento à ocorrência. Segundo ele, algumas pessoas disseram que o crime pode estar relacionado com o duplo homicídio, em frente ao Bailão do Pacheco.

“Um parente disse que não podia falar nada, pois Adriano falou demais e por isso estava morto”, completou o policial.

A delegada Margareth Alferes Mota, que além da delegacia de Campina Grande do Sul responde também pelas delegacias de Quatro Barras e Piraquara, deve iniciar as investigações a partir de hoje.

Facadas matam “Rato”

Marcelo Vellinho

Com quatro golpes de faca, Everaldo Estácio de Moura, 28 anos, o “Rato” foi encontrado morto na manhã de ontem, na Rua Luiz Bortoli, no bairro Industrial. Testemunhas contaram à polícia que viram Everaldo caminhando, acompanhado de um rapaz, que usava bermuda, por volta da 1h de ontem.

Segundo familiares de Everaldo, ele estava desempregado e era usuário de drogas. Estava envolvido com um homem, morador em São Paulo, e há muito tempo usava crack.