Quadrilheiro interrogado diz estar com medo

Acusado de chefiar uma quadrilha de roubo de cargas no Paraná, Mário Amaral Fogassa, foi interrogado ontem, em Rio Negro. Durante interrogatório de quase quatro horas, a juíza da Vara Criminal de Rio Negro, Carmem Lúcia Rodrigues Ramajo, ouviu Fogassa alegar várias vezes sua inocência.

Segundo o advogado do acusado, Peter Amaro de Sousa, seu cliente está com muito medo de morrer. Ele afirmou à juíza que tudo que foi declarado contra ele e seu sogro, Carlos Hubner, é pura “armação política”.

Fogassa havia prometido divulgar nomes de policiais e políticos envolvidos com atos criminosos, mas não o fez. “Ele disse que tornará público esses nomes somente quando se sentir seguro e estiver livre”, afirmou o advogado.

Peter destacou que, mesmo temendo por sua vida, Fogassa está tomando providências para que os envolvidos no roubo de cargas não fiquem impunes. “Temos seis dossiês que estão com pessoas de confiança. Caso alguma coisa aconteça com ele, essas provas virão à tona”, alertou o advogado.

Fogaça responde por formação de quadrilha, receptação qualificada e participação em homicídio qualificado. De acordo com a acusação, ele estaria envolvido com outras 25 pessoas, entre políticos, delegados, policiais e assaltantes, na quadrilha de roubo de cargas.

Conforme o advogado, após o interrogatótrio Fogaça retornou ao Centro de Triagem da Polícia Civil, em Curitiba. “Até a próxima segunda-feira estarei arrolando testemunhas para defendê-lo”, finalizou Peter.

Outro interrogatório

Na sexta-feira da semana passada, Fogassa também foi interrogado na sede da Polícia Civil, por policiais federais de São Paulo. Há informações de que a quadrilha liderada por ele – e até composta por dois delegados e um investigador da PF de São Paulo – estava agindo em vários estados. O acusado também se diz proprietário de um garimpo, no Amazonas, que igualmente, está sendo alvo de investigações por parte dos federais.

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