Quadrilha estadual é desmantelada pela polícia

Uma quadrilha, com membros espalhados por presídios de todo o Estado, foi desarticulada por investigadores do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

Desde março, 22 pessoas foram presas e a primeira etapa da operação foi cumprida com a prisão de Marco Aurélio Adriano da Silva, 29 anos, o “Carioca”, considerado o líder do grupo nas ruas.

O bando é acusado de envolvimento em assaltos, porte ilegal de arma, tráfico de drogas e homicídios, cometidos na grande Curitiba e interior do Paraná. Entre os crimes, está a tortura e morte de uma jovem que teria delatado a quadrilha.

De acordo com o delegado Renato Bastos Figueroa, a maioria dos presos é foragida de presídios paranaenses. Nas ruas, eles recebiam ordens para praticar os crimes de quem ainda está atrás das grades.

Os avisos eram feitos por telefone celular e recados entregues por advogados e parentes dos presidiários. De dentro da carceragem também saíam informações privilegiadas de locais onde renderiam “bons assaltos”. “Nosso trabalho agora é identificar cada um dos presos que faz parte desta organização”, disse o delegado.

Crimes

Desde março, a polícia apreendeu 750 quilos de drogas – maconha, cocaína e haxixe -, 10 armas de fogo e cinco carros roubados. Havia também ligação com criminosos de São Paulo e Rio de Janeiro, para onde foram encaminhados carregamentos de drogas.

Além do tráfico, que seria a força motriz da organização, o bando é acusado de praticar roubos a bancos em todo o Paraná e pelo menos dois homicídios. “Um dos assaltos foi na casa do prefeito de Califórnia, no norte do Paraná. “Carioca” também foi o mandante da morte de Vanessa da Silva, 18 anos, em 30 de março, em São José dos Pinhais”, disse o delegado.

Vanessa foi achada amarrada com uma corda no pescoço, com fita adesiva na boca e queimaduras de cigarro por todo o corpo. Em suas costas foi escrito a faca as expressões “X-9” e “casinha”, porque teria contado a outros criminosos onde o grupo guardava armas. A polícia também apurou que o pagamento de drogas era feito com a venda de carros financiados, cujas prestações jamais eram pagas.

Eleito pela carceragem

Membros da quadrilha presos nos presídios do interior do Estado elegeram “Carioca” como o “Geral do Estado”, ou seja, o chefe do grupo que agia fora da cadeia. Ele foi preso no último dia 30, em Shangrilá.

Quando percebeu a polícia, “Carioca” engoliu uma pedra de cocaína e teve que ser submetido a lavagem estomacal. Na casa da praia e no apartamento no centro de Curitiba a polícia apreendeu 110 gramas de maconha, oito bolinhas de haxixe, uma pistola calibre 380 e 18 munições. Ele usava nomes falsos e já tinha três mandados de prisão, de acordo com o delegado Figueroa.

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