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Protesto reúne familiares de Tayná e de policiais

Familiares e amigos de Tayná Adriane da Silva, 14 anos, encontrada morta em 28 de junho, em Colombo, se uniram a parentes e amigos dos policiais presos suspeitos de torturar os quatro primeiros detidos pelo homicídio, protestaram na quarta-feira (25), no calçadão da Rua XV de Novembro. Os cerca de 80 manifestantes pediam rapidez nas investigações e a liberação dos 14 policiais presos há mais de 70 dias, entre eles o delegado Silvan Rodney Pereira, que era chefe da delegacia de Alto Maracanã, na época do crime.

A família da garota acredita na inocência dos policiais quanto à tortura e na culpa de Sérgio da Silva Filho, 22 anos, Paulo Henrique Cunha, 25, Adriano Batista, 23, e Ezequiel Batista, 22. “Para mim, os heróis estão presos e os culpados estão sob a proteção dos direitos humanos. Completaram-se três meses que minha filha foi assassinada e até agora a justiça não foi feita”, afirmou Cleuza Cadomá da Silva, mãe de Tayná.

Caminhada

O grupo carregou um caixão, além de faixas e cartazes, e gritavam frases principalmente contra o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, que elaborou a denúncia de tortura contra 21 policiais, que culminou na prisão de 14 deles.

Os manifestantes iniciaram o protesto na Boca Maldita, por volta das 15h30, e caminharam pelo calçadão. Em frente ao chafariz na Rua XV, os manifestantes pararam e fizeram uma oração. O grupo carregava um caixão coberto com a faixa: “Essa luta é por você também Gogola”, lembrando o assassinato do superintendente da delegacia de Campo Largo, Marcos Gogola, baleado ao escoltar um preso até o dentista, em 5 de setembro. A manifestação também contou com a participação de representantes do Sindicato dos Policiais Civis do Paraná (Sinclapol).

Mistério

Os quatro suspeitos de matar Tayná estão no programa de proteção a testemunhas, depois da denúncia de tortura policial nas delegacias do Alto Maracanã, de Campo Largo e de Araucária, e da comprovação que o sêmen encontrado no corpo da garota não pertencia a nenhum deles. No dia 12, a Justiça pediu a coleta do DNA do delegado Silvan e de outros nove policiais, por suspeita da participação deles no assassinato da garota. O inquérito continua em segredo de justiça e deve ser concluído pela Polícia Civil até o fim do mês, pelo quarto delegado a assumir a investigação.