Promotoria denuncia seqüestradora de bebê

A cabeleireira Márcia de Freitas Salvador, 32 anos, foi denunciada pela Promotoria de Inquéritos Policiais (PIP), ontem, por crime de subtração de incapaz, previsto no artigo 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Márcia seqüestrou a recém-nascida Gabriele, tomando-a dos braços da mãe, na maternidade do Hospital Evangélico. O crime ocorreu no início da madrugada de 13 de março. Presa no dia seguinte, ela confessou o seqüestro, e disse que pretendia criar o bebê como se fosse sua filha.

De acordo com a acusação, Márcia entrou no hospital por volta da meia-noite. Vestindo roupas brancas, ela simulou ser enfermeira e retirou a menina dos braços da mãe, Josiane de Fátima Baggio, dizendo que levaria a criança para fazer exames de sangue. O seqüestro só foi descoberto por volta das 3h30 da madrugada, quando uma enfermeira entrou no quarto e perguntou para mãe onde estava o bebê. Josiane explicou o que havia acontecido e a enfermeira alertou o hospital que Gabriele havia desaparecido.

No dia seguinte, uma denúncia anônima feita à polícia indicava que o bebê estava em um apartamento no Sítio Cercado. Policiais do Serviço de Investigação à Criança Desaparecida foram até o local e surpreenderam Márcia com a garotinha. A princípio, a cabeleireira tentou argumentar que o bebê era seu, mas depois acabou confessando que burlou a segurança do hospital para seqüestrar a criança.

Prisão

Márcia está recolhida na Penitenciária Feminina, em Piraquara. De acordo com a assessoria do Ministério Público, a promotoria também se pronunciou em relação ao pedido de liberdade provisória formulado pelo advogado da acusada, Eduardo Miléo.

O Ministério Público entendeu que a prisão em flagrante por seqüestro, como foi tipificada pela autoridade policial, deve ser relaxada. Porém em função do crime de subtração de incapaz, que prevê pena de 2 a 6 anos de reclusão e multa, a promotoria requereu a decretação de sua prisão preventiva. "No que tange aos demais pressupostos legais da custódia preventiva, é inquestionável a necessidade da prisão", afirma a promotora de justiça Marla de Freitas Blanchet, em seu parecer.

O advogado de Márcia, Eduardo Miléo, informou que está aguardando o despacho do juiz ao pedido de relaxamento de prisão e o julgamento do pedido de habeas corpus, impetrado no Tribunal de Justiça.

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