Promotores esquecem vítimas e “melam” flagrante

Todo o trabalho de investigação realizado pela Promotoria de Investigação Criminal (PIC) e Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco) para a prisão do contador Cézar Betazzi Medina foi por água abaixo. O detido – que teve toda a sua ação de extorsão a ex-funcionários de um bingo filmada pelas autoridades – não pode ter o flagrante lavrado na delegacia por um pequeno detalhe: os promotores esqueceram de levar as vítimas do golpe para serem ouvidas. Como sem vítima não há flagrante, Medina foi liberado.

Ex-funcionárias do bingo estavam sendo extorquidas e resolveram denunciar o caso à PIC. Segundo a denúncia, o contador dizia a elas que deveriam devolver o dinheiro da rescisão trabalhista. Se não concordassem com a imposição, teriam sérias dificuldades para arranjar outro emprego. Diante da ameaça, algumas entregavam os envelopes que tinham acabado de receber no sindicato da categoria, contendo a indenização. Conforme a PIC, o valor recebido por cada funcionário era, em média, de R$ 220,00.

A devolução da rescisão foi filmada pelo Gerco e durante um desses casos, foi dado voz de prisão ao contador.

Sindicato

Em nota de esclarecimento, o sindicato que representa os empregados das casas de bingo em quase todo o Paraná (Senalba-PR), explica que a prisão e as extorsões filmadas pela PIC ocorreram sem o conhecimento de qualquer pessoa ligada ao sindicato. Além disso, o Senalba realizou as homologações dentro dos princípios legais e informou que na própria sede da entidade existe um aviso que esclarece aos empregados que o dinheiro recebido naquele local é respectivo aos direitos deles e que não deve ser devolvido em hipótese alguma. Qualquer dúvida nesse sentido deve ser comunicada ao sindicato.

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