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Promotor isenta PMs de culpa após batalha no Centro Cívico

O promotor da Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual, Misael Duarte Pimenta, considerou que a ação policial militar que culminou na “Batalha do Centro Cívico”, no dia 29 de abril de 2015, foi “concluída exitosamente” e afirmou que o propósito dos líderes da manifestação era “coisa genuinamente de facções radicais”.

Com esse argumento, Pimenta pediu arquivamento do inquérito policial militar (IPM) que apurava o uso desproporcional da força pelos policiais militares na manifestação de professores estaduais e outros servidores públicos que protestavam contra as mudanças propostas pelo governo na Paranaprevidência. Mais de 200 pessoas ficaram feridas. O promotor cita que 31 PMs tiveram lesões. A Justiça ainda não decidiu se aceita o pedido de arquivamento.

No parecer, obtido com exclusividade pela Gazeta do Povo, o representante do Ministério Público Estadual afirmou que os autos da investigação da Polícia Militar do Paraná não reuniram indícios para apresentar a denúncia por abuso de força da PM. Pimenta ressaltou que até a manhã do dia 29 de abril havia uma estabilidade e clima amistoso entre policiais e manifestantes. Mas, segundo ele, lideranças ativistas, com propósito “claro” de subverter a ordem e a lei, “coisas genuinamente próprias de facções radicais e regimes político-ideológico sectários e corruptos, (…)”, tomaram conta do estado.

“A turba irresignada tentou a incursão por cerca de duas horas, e para contê-la foi imprescindível a atuação dos pelotões policiais integrantes do Bope e dos grupos especiais Rotam e Rocam (…)”, escreveu o promotor, que não quis falar sobre o assunto. Conforme Pimenta, os policiais militares cumpriram a decisão judicial que impedia a entrada de manifestantes na Alep e a ordem legal de seus superiores “advindas do governador do Estado e do secretário da Segurança Pública”. O secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, afirmou que a PM conduziu o inquérito com rigor, técnica e objetividade. “Não cabe comentário em cima da opinião do MP”, declarou.