Hospital Evangélico

Promotor diz que Dra. Virgínia brincou de Deus

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) formalizou denúncia, na tarde desta segunda-feira (11), contra oito funcionários do Hospital de Evangélico pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha.

Quatro médicos e duas enfermeiras são acusados de antecipar a morte de pacientes internados na UTI. A Dra. Virgínia Helena Soares de Souza é acusada de coautoria de homicídio em sete casos. Os demais médicos acusados pelos crimes de homicídio são Anderson de Freitas, Edison Anselmo da Silva Júnior e Maria Israela Cortez Boccato.

As enfermeiras Lais da Rosa Groff e Patricia Cristina de Gouveia Ribeiro também responderão pelo mesmo crime. Já a fisioterapeuta Carmencita Emília Minozzo e o enfermeiro Claudinei Machado Nunes foram denunciados pelo crime de formação de quadrilha.

Segundo a promotora Fernanda Magal Garcez, a convicção do MP é que tenha existido uma quadrilha no Hospital Evangélico e que a motivação dos crimes era “desentulhar” a UTI do hospital.

A promotora disse que os elementos que constam na denúncia são atos que visam produzir a condenação dos denunciados e que os autos de interceptação de ligações telefônicas e os prontuários médicos, por força judicial, não serão divulgados.

Fernanda Magal afirmou também que a investigação do MP se baseou nos prontuários médicos e em provas técnicas e testemunhais que apontam para a utilização do medicamento Pavulon e do rebaixamento dos níveis respiratórios, levando os pacientes à morte por asfixia.

“Nos casos em que o MP investigou não havia justificativa para prescrição do Pavulon, que é um medicamento que causa paralisia muscular, seguido da redução dos parâmetros ventilatórios, levando os pacientes à morte por asfixia”.

Contudo, a promotora enfatizou que a denúncia feita pelo MP se restringe, até o momento, a estes sete homicídios e que isto não quer dizer que todas as pessoas que morreram no Hospital Evangélico, no período em que o grupo atuou, ou seja, de janeiro de 2006 a 19 de fevereiro de 2013, tenham sido assassinadas, mas que “as gravações com autorização judicial serão aproveitadas pelo MP para comprovar a verdade dos fatos”.

Para Paulo Sérgio Markowicz de Lima promotor de justiça do centro de apoio operacional dos promotores de justiça do júri e designado para atuar em conjunto no caso, a motivação dos crimes “se atribui à torpeza, o fato de se escolher determinado paciente que deveria morrer. Ou seja, é brincar de Deus nesse momento”, completou o promotor.

Confira o vídeo com a prisão de três dos oito denunciados pelo MP-PR.