Proibidos veículos de imprensa no pátio do IML na madrugada

Uma determinação da direção do Instituto Médico Legal (IML) estipulou que os veículos de imprensa não poderão mais ter acesso ao pátio do órgão no período noturno e durante a madrugada.

Os relatórios com os nomes das vítimas de mortes violentas poderão ser divulgados a partir das 6h até às 20h. De acordo com o coronel Almir Porcides Júnior, interventor do IML, a decisão foi tomada devido a abusos por parte de alguns profissionais que chegavam a pernoitar no pátio, causando constrangimento às famílias de vítimas.

Antes da intervenção, em fevereiro de 2008, repórteres tinham acesso à pasta com o registro de mortes no plantão, que era de consulta pública e foi retirada do local.

A nova ordem determinou que as informações fossem dadas em dois boletins diários: às 9h e 18h. Além disso, os veículos da imprensa e de funerárias foram proibidos de entrar nas dependências do órgão, para evitar o assédio às famílias.

Como a medida impossibilitava o trabalho dos profissionais do setor, jornalistas solicitaram que a lista com os óbitos fosse liberada sem hora definida. “O problema é que isso gerou uma falta de critério e alguns repórteres começaram a abusar, chegando ao ponto de entrar com o veículo da empresa e dormir no pátio”, disse Porcides.

Em função disso, o órgão determinou novamente que as listas sejam emitidas em horários fixos. A princípio foi afixado um cartaz com horário de entrega pela manhã, das 6h às 8h, e à noite, das 18h às 20h. No entanto, na tarde de ontem, o coronel voltou atrás e informou que será permitida a entrada da imprensa no período entre às 6h e às 20h.

Como a Secretaria da Segurança Pública (Sesp) não divulga dados frequentes sobre o número de mortes violentas, a listagem do IML é a principal fonte da imprensa.

Intervenção

A justificativa da Sesp para a intervenção era resolver problemas estruturais, como mais funcionários e melhor atendimento às vítimas. Segundo informações do órgão, a intervenção continua pelo menos até abril, quando o governador Roberto Requião deixará o cargo.