Presos rebelados destróem cadeia em Guaratuba

Uma tentativa frustrada de fuga terminou em rebelião, às 2h da madrugada de sábado, na delegacia de Guaratuba, litoral do Paraná. Os 58 presos destruíram a carceragem, derrubando as grades e colocando fogo nos colchões. Até o início da tarde de ontem os presos estavam recolhidos no solário, enquanto a polícia decidia o destino que seria dado a eles.

O xadrez em Guaratuba tem capacidade para 16 pessoas e estava superlotado. Por volta das 2h, os policiais escutaram um barulho e foram verificar. Os presos já tinham serrado uma das grades. Os policiais impediram a fuga e acionaram a Polícia Militar para ajudar na revista aos detentos. Diante da situação, os presos se rebelaram. Quebraram as quatro celas e atearam fogo em roupas e colchões. “Não ficou uma porta em pé”, disse o carcereiro Sérgio Arcega, que acompanhou o motim desde o início.

O tenente Rogério Rodrigues, da Polícia Militar de Guaratuba, relatou que para conter o motim, foi necessária a presença do Corpo de Bombeiros para apagar as chamas, já que, por pouco, o prédio não foi totalmente destruído pelo fogo.

De acordo com informações da delegacia, no final da manhã de sábado seis presos condenados foram transferidos para o Centro de Triagem de Curitiba. Os outros 52 ainda não tinham destino e estavam trancados no solário. Os policiais estavam tentando vagas para eles em outras delegacias do litoral e até mesmo da capital, já que a delegacia agora não tem condições de recolher nenhum detento.

Medo

Rubens Ferreira, de 60 anos, morador de Guaratuba, ressaltou que o número de policiais para fazer a segurança da cidade é muito pequeno. Segundo ele, apenas 10 policiais civis e 18 militares estão disponíveis para atender a cidade de 30 mil habitantes, que nos fins de semana e feriados chega a 50 mil. “Falta uma estrutura melhor, a rebelião iria acontecer de qualquer maneira, porque não tem como deter tantos presos num espaço tão pequeno”, diz. “Até a viatura, um veículo Ipanema, está em más condições. Algo tem que ser feito para melhorar a nossa segurança”, completou.

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