Presos acusados de simular sequestro para roubar banco

O gerente de um posto bancário e um estudante de Direito, estagiário de outro banco, foram presos por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) acusados de forjar um roubo para justificar pequenos furtos feitos ao longo da semana.

O estudante de Administração Israel José Abner Rocha de Oliveira, 20 anos, confessou para os policiais que tirou um pouco de dinheiro todos os dias, do cofre de uma agência do Santander, no Hauer.

Na sexta-feira passada, de acordo com as investigações, ele pediu ajuda ao estudante de Direito Erick Barboza Ferreira, 18 anos, para forjar um roubo. A dupla levou os R$ 42 mil que ainda restavam no cofre e a arma do vigilante, por volta das 19h.

Depois, entraram no carro de Israel e foram até uma rua próxima ao posto de saúde do bairro. Lá, Israel teria pedido a Erick que atirasse em sua perna, mas a arma falhou e, em uma das tentativas, o gerente atirou no pedal da embreagem do carro.

Indenização

“O tiro era para ser um álibi. Eles pararam perto da unidade de saúde para que Israel pudesse ter atendimento médico rápido”, explica o delegado Amarildo Antunes, do Cope. Outra intenção de Israel, com o disparo, segundo a polícia, seria pedir indenização.

Erick fugiu, e Israel chamou a polícia. Ele declarou que foi rendido quando fechava a agência, e sequestrado no próprio carro. Os investigadores fizeram várias perguntas e as informações ficavam cada vez mais desconexas. Israel confessou que forjou o roubo quase dez horas depois.

“Ele disse que o assaltante estava sentado no banco traseiro, mas o banco do motorista estava tão puxado para trás que não tinha como alguém estar sentado ali. Depois, afirmou que o assaltante ficou o tempo todo com a arma apontada para a cabeça dele. Perguntamos como ninguém viu, já que ele garante que rodaram por várias ruas, e ele se mostrou muito confuso. A confissão só veio quando ele viu a chegada da equipe do Instituto de Criminalística”, relata o delegado.

Apreensões

Erick foi preso em casa. Na residência dos dois acusados, os investigadores localizaram o dinheiro levado do cofre e recuperaram a arma e a munição do vigilante.

O banco ainda irá contabilizar quanto Israel levou do banco ao longo da semana. “Ele é muito inteligente, tanto que cresceu rápido de cargo no banco”, ressalta Antunes.