Preso vigarista que vendia terrenos “frios”

Quando enganava mais uma vítima, Avelino Domingos Prina, 35 anos, foi preso por policiais da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas. O golpe do terreno “frio” estava sendo aplicado há pelo menos três meses em Curitiba e a polícia calcula que os bandidos já arrecadaram em torno de R$ 200 mil. A prisão ocorreu logo após o acusado vender um terreno, medindo 337 m2, situado na Rua João Doetzer, no Jardim das Américas, pelo valor de R$ 70 mil. Avelino recebeu voz de prisão quando saia do Cartório de Registro de Imóveis, próximo ao Shopping Müller, no centro da cidade. Ele portava identidade falsificada em nome Rogério Salles da Silva e foi autuado pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documento público, pelo delegado Agenor Salgado, titular da Estelionato.

Bons terrenos

Os estelionatários, provenientes do norte do Paraná e de Santa Catarina, vinham para Curitiba e procuravam terrenos bem localizados na cidade, sem benfeitorias, porque são os mais fáceis de vender e não despertam suspeitas por parte dos vizinhos.. Depois faziam o levantamento para descobrir o nome do proprietário.

Provavelmente com ajuda de cartorários de Loanda e de um cartório de Londrina, eles confeccionavam uma procuração falsa do dono do imóvel para um dos golpistas, que também utilizava nome fictício, de forma que pudessem forjar uma venda.

Feitas todas as falsificações, eles retornavam para Curitiba e anunciavam o imóvel em jornais de grande circulação com o título “Barbada”, oferecendo os terrenos por valores menores do que o real.

Vítimas

O delegado disse que a primeira vítima dos vigaristas registrou queixa na delegacia em fevereiro. “Só nós temos quatro registros desde então, mas não estamos contando com as pessoas que procuraram os distritos para relatar os fatos”.

Santo desconfiado

Salgado afirmou que a prisão de Avelino foi possível porque a vítima desconfiou que a “esmola era demais” e acreditando que alguma coisa estava irregular, procurou a delegacia, sendo orientada a continuar a negociação e marcar o local para a transferência. Após o fato consumado, Avelino foi preso em flagrante, na tarde de segunda-feira. “Ele já tem antecedentes pelo mesmo crime. Temos certeza que com a fotografia dele divulgada na imprensa, outras pessoas irão reconhecê-lo e poderemos avaliar o montante arrecado pelo grupo”, frisou o delegado.

Investigações

Salgado disse que as investigações continuam para identificar e prender outros integrantes do bando. “Vamos verificar quem é a pessoa que trabalha nesses cartórios que estava dando procuração falsa para que o grupo pudesse agir. Sem dúvida também será punida. Até o momento apuramos o envolvimento de dois cartórios, mas há possibilidade de ter mais”, salientou o policial.

Ele disse que com a procuração nas mãos, os estelionatários conseguiam fazer a transação normalmente, que só era descoberta quando a documentação era encaminhada para a central de registro de imóveis, que apurava que a assinatura na procuração não era compatível com a do proprietário do terreno.

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