Caso Lavínia

Preso confessa ter molestado e enforcado menina com cadarço

O principal suspeito de ter matado a menina Lavínia Rabech da Rosa, 9 anos, no bairro Atuba, em Curitiba, confessou o crime. Mariano Torres Ramos Martins, 45 anos, contou, no fim da manhã desta quarta-feira (19), que enforcou a criança com um cordão de sapato depois de molestá-la sexualmente. “Obtivemos todos os detalhes do crime e a confissão do culpado. A Justiça será feita”, garantiu o delegado do 12.º Distrito Policial (Santa Felicidade), Rogério Martins de Castro.

Segundo o delegado, além de Mariano ter confirmado que assassinou a menina, ele contou detalhes do dia do crime, até então desconhecidos pela polícia, e negou a participação da Maura Bela Rosa, mãe da garota, no assassinato.

No segundo depoimento de Mariano à polícia, ele entou na casa de Maura, por volta das 20 horas, como alguns vizinhos viram. O padrasto da menina, Mario Luiz de Castro, não estava na casa. De acordo com o criminoso, ele e Maura usaram crack por algum tempo, enquanto Lavínia e sua irmã de 5 anos dormiam no quarto. “Até esse momento, cada um já havia consumido cerca de quatro ou cinco pedras de crack”, disse o delegado.

Conforme relatado por Mariano, a droga teria acabado e Maura, saído de casa para buscar mais crack. Logo depois, ele sentou-se em uma cadeira no quarto, onde as duas meninas dormiam. O homem contou para a polícia que ouviu o padrasto das crianças chegar em casa e se acomodar na sala para dormir. Mariano esperou que Mário pegasse no sono e, então, subiu na cama e molestou Lavínia, que teria acordado e gritado. Em seguida, pegou um cordão de sapato e enforcou a garota.

De acordo com o delegado Rogério, o criminoso ainda contou que teria saído da casa para ver como estava o movimento na rua. “Depois de constatar que muita gente ainda andava pela região e que poderia vê-lo saindo do local do crime, ele voltou para a casa e começou a beber”, disse.

Retorno

Maura teria voltado para casa com mais droga e entrado no banheiro para usá-la. No momento em que ela saiu do cômodo é que foi até o quarto e viu Lavínia desacordada. Mariano afirmou que a mãe das meninas começou a gritar e, assim que ele fugiu, foi atrás dele com uma faca. No meio do caminho, seguindo conselhos de seu marido, que acordou com os gritos, desistiu de ir atrás do suspeito e parou em um telefone público para ligar para a polícia.

Mariano foi apanhado por vizinhos de Lavínia que o espancaram até que a polícia chegasse. Depois de passar o resto da noite no hospital Cajuru, por conta dos ferimentos que teve, foi encaminhado para o Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac), onde prestou seu primeiro depoimento.

Ele está preso no Centro de Triagem de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, e será indiciado por atentado violento ao pudor e homicídio. Mariano era foragido da Colônia Penal Agrícola, em Piraquara, e tinha mandado de prisão expedido por porte ilegal de armas e por dois roubos.

Depoimento

No final da tarde desta terça-feira (18), a polícia ouviu pela segunda vez Maura e Mário. No novo depoimento, Maura afirmou que consumia crack com Mariano na noite em que Lavínia foi morta. A nova versão do depoimento do casal foi confirmada por Mariano.