Apontado como sendo um dos patrões do tráfico de drogas da Vila Guarani, em Colombo, e como autor de dois homicídios, Alcione Miranda dos Santos, 19 anos, foi preso às 17h de ontem por policiais da delegacia de Alto Maracanã. Ele admite os assassinatos, mas nega o envolvimento com o tráfico de drogas. "Foram só dois", disse Alcione, referindo-se aos crimes.
O superintendente Job de Freitas disse que Alcione já estava sendo procurado desde agosto, quando ocorreram os homicídios. " Nós o identificamos como sendo o autor. Soubemos que ele se refugiou no litoral, mas voltou agora, achando que não estávamos mais à sua procura", contou o policial. O acusado estava em um bar, usando somente bermuda, quando a polícia foi avisada por telefone do paradeiro dele. O policial disse que em um primeiro momento Alcione forneceu outro nome, mas como não portava nenhum tipo de documento foi conduzido para a delegacia. "A certeza de que era o Alcione foi dada pela mãe dele, que se aproximou da viatura e disse: "vocês prenderam o Alcione.?? Foi quando ele confessou que realmente era quem procurávamos", relatou Job.
Mortes
O superintendente contou que Alcione é autor dos assassinatos de Mateus Santos de Moraes, crime acontecido às 2h30 do dia 27 de agosto, na Rua Euclides Bandeira, Vila Guarani, em Colombo; e de Erick Richardson Rocha, 23 anos, no dia 22 de agosto. Os dois homicídios foram motivados pelo tráfico, de acordo com o policial.
Mateus conversava com mais cinco amigos na rua, quando Alcione se aproximou. Sem dizer uma palavra nem se preocupar com as testemunhas, ele sacou um revólver calibre 38 e atirou. Com um tiro na cabeça e outro no peito, Mateus tombou morto e Alcione seguiu seu caminho a pé.
Job lembrou que Erick Richardson era foragido da polícia de Minas Gerais e estava envolvido com o tráfico de drogas. Ele teria recebido ameaças de morte em Belo Horizonte. Daí mudou-se para Colombo e foi morar com amigos. "Ele nega que matou por causa do tráfico, mas é um rapaz que age com frieza e executa suas vítimas sem piedade", comentou Job. Ele disse que Alcione costuma aterrorizar viciados que não pagam dívidas de tráfico.
Versão
Alcione confessou que matou os dois rapazes e para isto usou o mesmo revólver, calibre 38. "Não sei quantos tiros dei. Descarreguei a arma", afirmou. Ele disse que executou Mateus porque os dois brigaram e Mateus teria lhe agredido com uma mixa (chave falsa). Já com Erick o desentendimento foi em um bailão, que estava funcionando na antiga chácara de Mirlei de Oliveira (presa por extorsão e favorecimento à prostituição em setembro deste ano). "Ele me deu um tapa na cara, matei", justificou Alcione.
