Preso assassino de empresário e metalúrgico

A Delegacia de Pinhais apresentou ontem o acusado de matar dois vendedores de carros com objetivo de roubo, em janeiro e março deste ano. Marcos Roberto Mendes de Alencar, que foi preso na última quarta-feira e completou 22 anos no domingo, friamente confessou e forneceu detalhes dos crimes que vitimaram o João Toporoski, 53 anos (dono de uma loja no Rebouças), e Reginaldo Ferreira Machado, 37.

Com o dinheiro dos roubos, Marcos montou na cidade de Dois Vizinhos, Sudoeste do Estado, a loja Azzara Som, especializada em som automotivo. Ele já estava com mandado de prisão expedido pela morte de Toporoski e foi capturado pelos investigadores Marçal, Jair e Valdemir, da delegacia de Pinhais. Em seu poder, os policiais encontraram o Golf ANJ-0355, roubado de Reginaldo, documentos pessoais desta vítima e a pistola calibre 6.35 usada no crime. Em depoimento à polícia de Dois Vizinhos, Marcos confessou ter matado Reginaldo. “Ele já era suspeito desse crime, por ter sido cometido de forma semelhante ao de João”, disse o delegado Gerson Machado. Marcos confessou ter saído do interior com objetivo de roubar os carros, mas nega ter planejado a morte das vítimas.

Encontro

Através de um anúncio de jornal, Marcos escolheu um Vectra para roubar e em 4 de janeiro foi à casa do homem que o vendia, em Pinhais. Lá encontrou João Toporoski, negociante de veículos. João também tinha interesse no Vectra, e comentou que dispunha de R$ 10 mil no bolso para adquiri-lo.

Seduzido pelo dinheiro fácil, Marcos conquistou a confiança de João e pediu uma carona para o Centro de Curitiba. No Kadett da vítima seguiram para Pinhais, e na região da Vila Amélia o acusado deu voz de assalto. João entregou o dinheiro e foi obrigado a dirigir até a Estrada Ecológica, bairro Capoeira Grande, onde Marcos pretendia tomar-lhe também o veículo. “Ele freou o carro bruscamente e avançou no meu revólver”, conta o acusado. Assaltante e vítima se engalfinharam e três tiros foram disparados: um no teto do carro, um no braço e outro na testa de João, que morreu no banco do motorista, ainda preso ao cinto de segurança.

Marcos fugiu com o dinheiro, sem saber que debaixo do banco do Kadett haviam um mala com R$ 130 mil em dinheiro e cheques, que seriam usados na compra de carros.

Ousadia

O acusado viajou para o interior, onde abriu o negócio com os R$ 10 mil. Voltou para Pinhais em março, para roubar mais um carro. Em 27 de março, foi à feira de usados ao lado do Estádio do Pinheirão, Tarumã, e interessou-se pelo Golf que era vendido por Reginaldo. Ele pediu para dar uma volta com o proprietário, dirigiu até Piraquara e na volta desviou para a mesma Estrada Ecológica. Quando parou, Marcos puxou a pistola e disse que ficaria com o carro.

A vítima correu por cem metros e o assaltante partiu atrás. Reginaldo levou dois tiros nas costas, e, depois de caído, mais um na cabeça. Mesmo tendo atirado na vítima pelas costas, Marcos alega que não premeditou a morte. “Ele pôs a mão na cintura. Achei que iria sacar uma arma”, afirmou. O delegado Machado contesta a versão do preso e acredita que ele pretendia, sim, matar as vítimas.

Depois do crime, Marcos cruzou o Estado com o Golf sem ser incomodado, até chegar em Dois Vizinhos. Ele chegou a soltar cheques de Reginaldo para abastecer e pagar o aluguel, e circulava normalmente com o carro na cidade. “Usava para tratar dos negócios da loja, até ser preso”, conta o acusado.

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