Uma ação da Polícia Civil de São Paulo prendeu, em Curitiba, no último dia 9, Carina Geremias Vendramini, de 25 anos. Ela e outras cinco mulheres são suspeitas de formar uma quadrilha denominada “quadrilha das loiras”, especializada em assaltar casas, condomínios e ainda de realizar sequestros relâmpagos.

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Segundo a polícia, as vítimas eram escolhidas pela semelhança física que tinham com as ladras e os crimes aconteciam desde 2008 em São Paulo, Grande São Paulo e Rio de Janeiro.

A jovem foi presa em seu apartamento, com o apoio dos policiais de Curitiba, que ajudaram a cercar o local. A suspeita permitiu a entrada dos policiais paulistas. Em São Paulo, a presa confirmou em depoimento seu envolvimento e foi reconhecida por três vítimas.

A quadrilha, que começou com furto a condomínios e desde 2008 atua com sequestro relâmpago, tem como vítimas mulheres e idosas que eram surpreendidas perto de shoppings e estacionamentos. As mulheres da quadrilha, 5 loiras e apenas uma morena, estavam sempre bem vestidas e aparentavam ser de classe média alta.

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Ação

Usando roupa provocante e andando de forma sedutora, “Bonnie” entra em uma loja de eletrônicos no shopping Ibirapuera e compra quatro iPads de R$ 2 mil cada, além de outros produtos de alto valor.

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A compra naquele dia foi de R$ 17.500. Os vendedores da loja, distraídos com a bela loira e diante da possibilidade de fazer uma boa venda, não verificam se o cartão de crédito apresentado pertencia mesmo à moça. Do lado de fora do shopping, dirigindo um carro roubado, estavam “Clyde” e sua vítima, a proprietária do veículo.

Era assim mesmo que agia a “gangue das loiras”: apostando na beleza de suas integrantes e usando os codinomes da famosa dupla de assaltantes a banco dos Estados Unidos do início da década de 30, que ficou eternizada nos cinemas em 1967, com o filme “Bonnie & Clyde – Uma rajada de balas”.

Eles sequestravam mulheres desacompanhadas, de preferência loiras, em estacionamentos ou em momentos de distração, para fazer compras em shoppings de alto padrão com os cartões roubados.

Enquanto a moça realizava as compras, o rapaz circulava pela cidade com a vítima, em seu veículo. De classe média ou alta, algumas das integrantes têm domínio em outros idiomas e já moraram em outros países. Além disso, eram organizados.

Atuavam em duplas, sempre com Wagner de Oliveira Gonçalves, de 36 anos, ao lado de uma das moças.Em alguns casos, uma segunda moça com a qual a vítima não teve contato, ficava responsável por usar o cartão bancário nas lojas.

“O grupo praticava o crime duas ou três vezes por dia. Wagner de Oliveira Gonçalves era acompanhado de uma determinada mulher pela manhã e trocava de tarde. Era feito um revezamento entre as moças para tentar esconder a ação deles”, explicou o delegado Alberto Pereira Matheus Júnior, titular da 3ª Delegacia Antissequestro da capital paulista.

Segundo o delegado, a quadrilha atuava, no mínimo, desde 2008, realizando assaltos a apartamentos. A partir de 2009, o grupo passou a praticar sequestros relâmpagos, sempre tomando certos cuidados para atrapalhar as investigações.

“Encontramos diversas dificuldades para identificar o grupo. Em um primeiro momento, acreditávamos que era um casal, mas as características da criminosa não coincidiam. Em depoimentos das vítimas, uma tinha tatuagem, mas a outra não tinha, por exemplo. Foi então que a polícia começou a entender que poderiam ser vários grupos, ou um grupo coeso”, afirmou o delegado.

Sempre armadas, as moças chegavam a agredir as mulheres sequestradas, com puxões de cabelo ou coronhadas. Ao todo, mais de 50 boletins de ocorrência são de casos creditados ao grupo.

Após mais de dois meses trabalhando com a hipótese de ser uma quadrilha especializada, os policiais identificaram todos os integrantes da quadrilha e prenderam Carina Geremias Vendramini.