PR saiu na frente com desarmamento

No Paraná, a Campanha Nacional de Desarmamento, iniciada ontem, vai funcionar paralelamente à campanha estadual, que começou em janeiro. No Estado, a cada arma entregue à Polícia Civil ou Militar o cidadão ganha R$ 100. Já o governo federal vai pagar um valor diferenciado para cada tipo de arma entregue. As de pequeno calibre valem R$ 100, carabinas R$ 200 e fuzis R$ 300.

O superintendente da Polícia Federal do Paraná, Jaber Saadi, opina que, no Paraná, a campanha nacional deve arrecadar menos armas do que em outros estados, já que a campanha estadual já tirou de circulação de janeiro até junho deste ano cerca de vinte mil armas. “Espero que o que esteja sobrando seja recolhido agora pela nossa campanha”, comenta.

As armas devem ser entregues nas delegacias da Polícia Federal espalhadas pelo Estado. Após 30 dias, o dinheiro é depositado na conta indicada por quem se desfez do armamento. Jaber ressalta que nenhuma pessoa será investigada para saber a origem da arma. No entanto, é preciso ter cuidado na hora de transportá-la. Quem não tiver autorização deve procurar uma delegacia e pedir uma licença que vale por 24 horas. Segundo o superintendente, isso vai evitar transtornos caso a pessoa seja pega em trânsito com a arma. Ele lembra ainda que o ideal é carregar o armamento sem munição e embalado. “A campanha não vem se contrapor à estadual. Vem para somar”, avalia.

O desarmamento no Paraná já trouxe benefícios. O índice de homicídios dolosos caiu 12,5% em relação ao mesmo período de 2003. Na região Metropolitana a diferença é mais expressiva. De acordo com os dados do Grupo Auxiliar de Planejamento (GAP) da Polícia Civil, o número de homicídios dolosos caiu 27% em comparação ao primeiro quadrimestre do ano passado.

Outro reflexo da Campanha do Desarmamento é percebido no índice de disparos por arma de fogo, em Curitiba e Região Metropolitana que, de acordo com a PM, caiu 31%. Na cidade de Colombo, por exemplo, a queda foi de 64%, reduzindo de 99 disparos para 36. Em Campina Grande do Sul, a diminuição foi de 70%. Já em Londrina e Região Metropolitana, este índice caiu 27%.

Como conseqüência das apreensões de armas de fogo em todo o Paraná, o número de prisões por porte ilegal de armas também aumentou. Em Curitiba, o número de prisões aumentou 27,8%. Foram 2.791 pessoas presas de janeiro a abril deste ano, enquanto que no ano passado foram 2.014. No interior do Estado, de janeiro a maio, o aumento foi de cerca de 10% em comparação ao mesmo período de 2003.

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