A Lagoa Azul

Ponto turístico esconde carros roubados nas profundezas

Apesar da beleza da “Lagoa Azul”, local que tornou-se ponto turístico de Campo Magro após a construção de uma pedreira ser embargada por questões ambientais, o local é conhecido também por abrigar um cemitério de veículos furtados e roubados. Ontem, uma nova denúncia foi divulgada por uma emissora de televisão, apontando que dentro da lagoa existem no mínimo oito veículos furtados e roubados, e comprovadamente um com alerta de furto.

A Prefeitura de Campo Magro informou que a pedreira pertence a uma empresa privada, o que a impede de investir em segurança e infraestrutura. O órgão afirmou que tem o interesse em adquirir a pedreira para torná-la, oficialmente, um ponto turístico da cidade, e assim poder investir na área. Mas não informou se esse processo de aquisição já foi iniciado ou se há previsão para isso.

Investigações

O titular da Delegacia de Campo Magro, Hertel Rehbein, explicou que apenas quando houver a aquisição da pedreira pela prefeitura é que de fato a polícia poderá agir. Enquanto a empresa possuir a responsabilidade do espaço, nada de efetivo poderá ser feito.

O Paraná Online passou as placas de um dos veículos submersos ao delegado, que o identificou como furtado. É um Ford/Fiesta, ano 2005, de cor preta, com boletim de ocorrência datado de 29/12/2013, realizado à 1h30 da madrugada, na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.

Hertel afirmou que irá contatar o proprietário do veículo para saber se o carro tinha seguro e se a vítima já foi ressarcida. Caso haja confirmação do seguro, quem fica responsável por retirar o veículo do lago quando possível é a seguradora. Apenas aqueles que não tiverem seguro é o proprietário o responsável por recolher o veículo da lagoa. Já aqueles proprietários ou seguradoras que foram comunicados do encontro do carro mas não providenciarem a retirada, os carros serão encaminhados ao pátio do Departamento de Trânsito (Detran).

Velha história

No ano passado, o Paraná Online mostrou que o município de Campo Magro é utilizado como cemitério de restos de carros furtados e roubados na grande Curitiba. A reportagem constatou pelo menos 16 regiões, num raio de 400 quilômetros quadrados, onde podiam ser encontradas carcaças de veículos que tiveram suas peças retiradas.

Pedreira embargada

A construção da pedreira foi embargada pelo Instituto Ambiental do Paraná e pela Mineropar, autarquia que presta serviços geológicos ao Estado, após a explosão de dinamites atingir o lençol freático.

Com isso, houve a inundação de uma cratera, que culminou na criação de uma lagoa de água límpida com cerca de 70 metros profundidade, batizada de Lagoa Azul.

O Paraná Online tentou entrar em contato com a empresa Cal Bateias, responsável pela obra, mas de acordo com a pessoa que atendeu a ligação, a empresa não existe mais e que o número do telefone foi dado a ela por uma companhia telefônica como um número novo.

A mulher desabafou dizendo que cansou de receber ligações de pessoas que querem falar com a empresa, e que está tentando mudar de número.