O policial militar aposentado João Carlos Silva, 55 anos, foi assassinado a tiros, por volta de 22h de segunda-feira, no Bosque São Nicolau, Sabará, na Cidade Industrial. Ele teria passado o dia no bosque, carregando uma sacola com uma lata de biscoitos e uma garrafa vazia de refrigerante.

continua após a publicidade

Nos 10 metros entre a sacola e o corpo, havia rastro de sangue e, no meio desse trajeto, ao lado de uma árvore, uma cueca de criança. A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio, pois ele teria recebido a aposentadoria naquele dia.

Segundo o soldado Baura, do 13.º Batalhão de Polícia Militar, algumas pessoas disseram que ele passou o dia no bosque, vendo os meninos jogar bola, as crianças brincando no parquinho e as mulheres que passavam pelo local. “Os moradores disseram que ele entrou em luta corporal com um homem, e em seguida ouviram quatro tiros”, explicou o policial.

Saque

continua após a publicidade

Na manhã de ontem, familiares da vítima foram à Delegacia de Homicídios e contaram que João era uma pessoa doente. “Na segunda-feira, bem cedo, ele saiu de casa para ir ao banco, sacar o benefício. Vamos averiguar se o valor foi retirado, no entanto, ele não portava o cartão do banco”, contou o delegado Jaime da Luz.

Trabalhando com a hipótese de latrocínio (roubo com morte), o delegado praticamente descarta a possibilidade de João ser um pedófilo, e ter sido morto por ter mexido com alguma criança.

continua após a publicidade

“A cueca infantil que foi encontrada não estava entre as coisas da vítima. Possivelmente estava no bosque há bastante tempo. Além disso, João não tinha passagens pela polícia e os familiares não falaram nada sobre algum antecedente relacionado a isso.”

Vizinha

Uma moradora, vizinha do bosque, dá outra versão para o caso. Segundo ela, no fim da manhã, seu filho de 11 anos e uma amiguinha de 5 brincavam em uma laje, perto do parque, quando foram chamados por João. “Eu não estava em casa, mas deixei meu filho com a vizinha. Ela ficou assustada, pois viu o homem oferecendo dinheiro para as crianças”, contou.

A polícia foi chamada, mas não foi até o bosque. “Quem sabe se os policiais tivessem ido, o homem não estaria morto”, completou. Ela disse que não deu muita importância para o assunto, mas à noite, depois de ouvir os quatro disparos e saber que o homem havia sido assassinado, lembrou do ocorrido durante o dia. “A gente não sabe o que aconteceu. Muito menos qual era a intenção dele com as crianças.”