Foz do Iguaçu

Policiais são presos por cobrar propina de contrabando em Foz

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado do Paraná, prendeu hoje 28 acusados de participar de uma quadrilha especializada em cobrar propina para não denunciar pessoas que trazem contrabando do Paraguai, incluindo armas e drogas. Dos presos, 13 são policiais civis e um é guarda municipal em Foz do Iguaçu. Ao todo, o Gaeco tinha 36 mandados de prisão a ser em cumpridos, dos quais 19 contra policiais civis.

Segundo o coordenador do Gaeco em Foz do Iguaçu, promotor de Justiça Rudi Rigo Burkle, muitas pessoas que vão ao Paraguai trazer produtos contrabandeados ao Brasil utilizam estradas rurais para desviar dos postos de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal e da Receita Federal montados na BR-277. Os 19 policiais civis acusados teriam formado a quadrilha com o objetivo de circular por essas estradas, em veículos descaracterizados, cobrando propina dos motoristas para não os denunciar.

Eles se valiam de “olheiros”, normalmente recrutados entre filhos de agricultores da região, que informavam por telefone características de veículos ocupados pelos contrabandistas e as cargas que transportavam. Também passariam informações sobre possível presença de fiscais da Receita Federal ou de policiais federais.

De acordo com Burkle, a atuação de outros policiais civis continua sendo apurada. Em relação a policiais militares, Burkle disse que havia alguns que agiam esporadicamente, sem configurar formação de quadrilha. As investigações sobre eles serão repassadas à direção da Polícia Militar para análise da auditoria militar.

Além de formação de quadrilha, os 36 que tiveram mandado de prisão expedido serão enquadrados em crime de concussão e corrupção ativa e passiva. Eles estavam sendo ouvidos hoje e depois seriam levados à Cadeia Pública Laudemir Neves, em Foz do Iguaçu. Os policiais civis também responderão a processo administrativo e podem ser expulsos.