Uma mulher, de 68 anos, foi vítima de falso sequestro, em Curitiba. Pressionada pelos bandidos, ela transferiu R$ 4,5 mil para uma conta bancária no Rio de Janeiro, para pagar o suposto resgate. O crime foi descoberto porque a filha da vítima foi à Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) para registrar que a mãe tinha sumido de casa.

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Segundo o delegado Francisco Caricati, a moça contou que a mãe havia desaparecido na noite de terça-feira e que ela havia feito movimentações bancárias durante a quarta-feira. A casa da vítima foi encontrada aberta, com vários aparelhos eletrônicos ligados.

Após alguns cruzamentos de informações, a polícia encontrou a mulher em um quarto de hotel, no centro de Curitiba, à 1h de ontem. Com medo da reação dos bandidos, a mulher hesitou em abrir a porta do quarto e os policiais tiveram de arrombá-la. Ainda assim, ela se trancou no banheiro. Depois a vítima contou que estava sofrendo ameaças o tempo todo por telefone e não queria voltar para casa.

Terror

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“Ela estava tão assustada e tão convicta de que a filha havia sido sequestrada que tivemos de levá-la até o local e, mesmo vendo a moça, ela ainda insistia que os bandidos iriam matá-la”, contou o delegado. O policial alertou que esses bandidos sabem como tirar informações das vítimas e envolvê-las na história inventada. A DFR descobriu que o número do telefone e a conta bancária que recebeu o dinheiro são do Rio de Janeiro. As investigações para encontrar os bandidos continuam.

Crédito pra malandragem

Arquivo
Lábia de marginais pressiona vítimas, que ficam sem reação.
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Uma aposentada, de 70 anos, também foi vítima de falso sequestro, há alguns anos. Os bandidos ligaram para a casa do filho dela e conseguiram pegar várias informações com a empregada. Em seguida, pediram para chamá-la. Ao atender ao telefone, eles disseram à vítima que estavam com o rapaz e que, se ela não comprasse R$ 500 em crédito para celular, iriam matá-lo.

Assustada com a ênfase dada pelos bandidos, dizendo que o filho estava sob a mira de uma arma, a idosa pegou um táxi, foi até um supermercado, comprou os créditos e, enquanto isso, eles continuaram falando com a empregada. A vítima voltou para casa e, quando estava passando os códigos dos cartões, o filho dela entrou com a esposa. “Não sei como não tive um infarto, de tanta emoção”, conta.

Ao ser questionada se ela não tentou ligar para o filho para saber onde ele estava, a aposentada disse que a forma como os bandidos a ameaçavam fez com que ela apenas obedecesse as ordens para evitar o pior. “É uma pressão muito forte que eles fazem. A gente não consegue pensar em nada”, acrescenta.