Polícia prende acusada de liderar narcotráfico

Quatro meses após ter sido denunciada por moradores do bairro, como sendo uma das três pessoas que lideravam o tráfico nas Moradias Cajuru, Elizabete Ferreira da Silva, mais conhecida como “Bega”, 47 anos, foi presa no final de semana pelos investigadores Jairo, Marquinhos e Pontes, da Delegacia de Homicídios.

O delegado Stélio Machado, titular da DH, informou que, com a prisão de “Bega”, todos os “chefões” do tráfico de drogas que agem naquela região estão atrás das grades. “Agora faltam os soldados, mas já estamos cuidado disso. Hoje (ontem) a equipe está nas ruas e já cumpriu mais 13 mandados de prisão. Estas pessoas serão apresentadas amanhã (hoje) à imprensa. Continuamos o combate ao tráfico de drogas, já que dele resultam homicídios, os quais nosso trabalho é investigar”, salientou o delegado.

Prisões

Machado lembrou que no dia 27 de maio passado – mesma data em que assumiu a chefia da Delegacia de Homicídios – foi publicada na Tribuna a matéria intitulada “Aqui quem manda é o tráfico”. Desde então, a DH está investigando mortes e conseqüentemente o tráfico na vila. Em agosto, as prisões tiveram início. No dia 14, Leandro Ferreira da Silva, mais conhecido como “Feijão”, 21 anos, filho de “Bega”, foi preso em flagrante por um assalto. Ele foi encaminhado ao 6.º Distrito Policial (Cajuru) e só dias depois descobriram que também era acusado de liderar o tráfico junto com sua mãe. Somente “Feijão” confessou ser autor de cinco assassinatos.

No dia 20 de agosto, Antônio Edicláudio Alves, o “Passarinho”, 43, acusado de ser um dos “barões da droga” na região e da autoria de vários homicídios, foi preso. No dia 1.º de setembro, ocorreram mais prisões: Fernando Silva Santos, mais conhecido como “Binando”, 21, e Luiz Sidnei de Souza, o “Ceará”, 40, tidos como soldados de “Bega” também foram recolhidos ao xadrez. Naquele mesmo dia, José Xavier de Melo, 53; Edimilson Xavier de Melo, 30, e Marcos Aparecido de Oliveira, o “Marquinhos”, 28, foram presos. O trio é acusado de integrar a quadrilha de “Passarinho”, arquirival do grupo de “Bega”.

Crimes

De acordo com o delegado Stélio Machado, as diligências desenvolvidas pela delegacia confirmaram o envolvimento de “Bega” na morte de Osnoel Ermes, 29, que aconteceu aos trinta minutos do dia 23 de maio deste ano, na Rua Asma Karam Gera, nas Moradias Cajuru. “Ele vendia drogas para Bega e tinha em seu poder um caderno contendo nomes de usuários e devedores e o telefone celular dela. Eles se desentenderam e Osnoel foi chamado para devolver os pertences. Como descumpriu a ordem, Bega determinou que Feijão o executasse”, salientou o delegado.

No dia 21 de junho deste ano, “Bega” acompanhou comparsas até o bairro Santa Cândida, onde foi executado o garçom Ageu do Espírito Santo, 42. “Ele estava auxiliando uma testemunha do homicídio do Osnoel. Por isto morreu”, ressaltou o delegado. A testemunha tinha conseguido escapar do primeiro atentado, mas sete dias depois foi assassinado Charles Honorato da Silva, 43, na Avenida Marginal, Vila Trindade, Cajuru. “A Bega deu a ordem para o Feijão matar. O motivo era porque o Charles teria contato com a testemunha”, revelou o policial.

“Bega” é inimiga de “Passarinho”, segundo a polícia, uma vez que ambos disputavam o comando do tráfico na região da Vila Trindade, Moradias Cajuru, Moradias Marumbi e invasões vizinhas. “Agora o tráfico sofreu um duro golpe. Este trabalho deve continuar em todas as regiões de Curitiba, onde exista qualquer embate relativo ao tráfico, homicídios e crimes correlatos. Desta forma mantenho a promessa de cumprir o “toque de recolher” bandidos para atrás das grades, garantiu Machado, referindo-se à resposta que deu aos traficantes do Cajuru, há duas semanas, quando eles exigiram que comerciantes e moradores não saíssem de suas casas ou abrissem seus estabelecimentos após às 19h.

“Bega” nega envolvimento com tráfico e assassinatos

Apontada como sendo uma das líderes do tráfico de drogas em Curitiba, principalmente na região do Cajuru, bem como uma das principais mandantes de assassinatos motivados pelo comércio de drogas, Elizabete Ferreira da Silva, 47 anos, a “Bega”, negou qualquer envolvimento com o crime e alegou ser uma pessoa trabalhadora. Ela garantiu que atualmente trabalha de diarista, mas admitiu que já comandou o tráfico de drogas nas Moradias Cajuru durante um ano e meio, até ser presa.

Apesar das provas colhidas por policiais da Delegacia de Homicídios, “Bega” diz que não tem inimizade com “Passarinho”. “Eu sou comadre da mãe dele. Se ele tem rixa com o Feijão – meu filho – não tenho conhecimento. Já comandei o tráfico, mas depois de pagar minha pena, ficando presa durante cinco meses, tenho uma vida honesta. Estou aqui injustamente”, argumentou.

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