Polícia invade delegacia e resgata quatro reféns durante rebelião

Os 72 presos que lotam as celas da delegacia de Pinhais – que tem capacidade para apenas 16 – iniciaram uma rebelião às 17h30 de ontem, para exigir condições mais humanas na carceragem. Quatro adolescentes – que estavam apreendidos em uma cela separada – foram tomados como reféns e ficaram nas mãos dos presos até as 22h10, quando uma ação integrada do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Grupo Tigre, Companhia de Choque da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros resgatou os quatro. Ninguém ficou ferido.

De um lado da rua, policiais cercaram a cadeia. Do outro lado, familiares dos presos reuniram-se em frente a uma igreja evangélica, para aguardar o desfecho do caso.

O motim teve início quando três presos dominaram a cadeia, arrebentando as portas que dividem as celas e tomando os quatro adolescentes como reféns. Os garotos com idade entre 16 e 17 anos aguardavam na delegacia a decisão do Conselho Tutelar e a pena socioeducacional.

Segundo Adair Izidio, pai de um dos adolescentes, seu filho de 16 anos está detido há dois meses. Segundo ele, o garoto foi preso com alguns amigos que praticaram um assalto. ?Para falar a verdade, ainda não sei porque ele está preso?, confessou o pai.

Movimento

Enquanto os presos faziam exigências, armados com estoques feitos com barras de ferro e ameaçavam matar os reféns, novas viaturas da polícia foram entrando no pátio da delegacia. Quando chegaram o Siate e o Corpo de Bombeiros, ocorreu a invasão da PM. Quem estava do lado de fora ouviu gritos e o estouro das bombas de efeito moral.

De acordo com o delegado titular do Cope, Miguel Stadler, foi preciso derrubar uma porta e invadir a cadeia. ?Ninguém ficou ferido e os quatro adolescentes foram liberados. Ainda vamos fazer uma ?limpa? no xadrez e apanhar as armas?, informou o policial.

Até por volta das 23h os presos ainda não tinham saído da carceragem, mas as viaturas do Siate, os carros policias e os familiares dos presos já tinham ido embora, indicando que a situação havia sido totalmente controlada.

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