A Polícia Federal (PF) em Curitiba deflagrou, ontem pela manhã, a maior operação de combate à pedofilia já realizada no Brasil. Batizada de Operação Glasnost – em referência a um termo de origem russa, que significa transparência – a ação levou 25 pessoas para a cadeia, em todo o País. Um delas já tinha mandado de prisão preventiva expedido. As outras 24 foram pegas em flagrante, com imagens pornográficas de crianças e adolescentes em seus computadores. Dos sete detidos no Paraná, quatro foram em Curitiba. Nenhum teve o nome e idade revelados.

continua após a publicidade

As investigações começaram há dois anos, com a prisão de um pedófilo que armazenava as imagens num site russo, usado também como um espaço de trocas de informações com outros pedófilos em todo o mundo. A partir daí, a PF conseguiu localizar outros brasileiros, que usavam o site. Alguns foram presos no decorrer da investigação, até que a PF decidiu reunir mais informações de suspeitos para deflagrar a operação.

Muito mais

Além das prisões de ontem, outros 200 brasileiros são investigados por usarem o site para compartilhamento de imagens. Além de crianças e adolescentes, havia até fotos de bebês sendo abusados. Um brasileiro morador nos Estados Unidos também é investigado e pode ser preso a qualquer momento, com a ajuda da polícia federal americana, o FBI. Entre os investigados, há um policial militar, um soldado da Aeronáutica, vários professores e chefe de grupo de escoteiros.

continua após a publicidade

Um dos abusadores identificados, preso meses atrás, fazia fotos da própria filha nua e as postava na internet. Em outro caso mais grave, ocorrido na Bahia e que o abusador foi preso ontem, o homem abusou sexualmente da filha, de 5 anos e compartilhava as fotos dos atos sexuais na internet.

Brasil

continua após a publicidade

Cerca de 400 Policiais Federais participaram da operação. Houve prisões no Paraná (7), Rio Grande do Sul (3), São Paulo (11), Rio de Janeiro (1), Ceará (2) e Minas Gerais (1). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão também em Santa Catarina, Alagoas, Maranhão, Bahia e Goiás. Além das quatro prisões em Curitiba, suspeitos foram detidos em Londrina, Apucarana e Campo Mourão. Foram expedidos pela Justiça Federal cerca de 80 mandados de busca e apreensão, além de 20 medidas de condução coercitiva e um mandado de prisão preventiva.