Polícia divulga resultado de DNA de suspeito do crime no Morro do Boi

Deu negativo o resultado do exame de DNA feito pelo Instituto de Criminalística comparando o sangue do acusado do crime no Morro do Boi com as manchas encontradas em uma camiseta. Segundo o delegado que comanda as investigações, Luiz Alberto Cartaxo Moura, o resultado já era esperado, porque a vítima não havia reconhecido a camiseta como sendo a usada pelo bandido no momento do crime. “Nós encontramos a camiseta em um local muito distante da cena do crime. Num primeiro momento, a jovem ainda muito abalada achou que pudesse ser a camiseta, mas depois, mais calma e recuperada parcialmente do choque, a vítima não reconheceu a camiseta”, explicou o delegado.

A Polícia Civil confirmou, na manhã desta sexta-feira (20), que Juarez Ferreira Pinto, 32 anos, é o principal suspeito de ter assassinado um rapaz e ferido sua namorada no Morro do Boi, em Caiobá, no Litoral do Paraná. Ele está preso desde terça-feira (17). A jovem que sobreviveu ao ataque já havia reconhecido o homem através de fotos e gravações de vídeo feitas pela Polícia Civil. Na noite de quinta-feira (19), Juarez foi levado até o hospital onde a vítima está internada e, definitivamente, ela o reconheceu e o acusou como responsável pelo crime.

Segundo o delegado Cartaxo, o reconhecimento foi feito de acordo com as regras específicas para este tipo de procedimento. “Ele esteve diante dela em situações diferentes, com pessoas diferentes em ordens alternadas e em todas as ocasiões foi apontado como o autor, sem sombra de dúvida”, contou.

Testemunha

Além do reconhecimento da jovem, o delegado também obteve a confirmação de uma testemunha, que teria cruzado com o assassino, por volta das 21h de 31 de janeiro, na trilha do Morro do Boi. “Esta testemunha viu um homem com as características de Juarez, descendo a trilha exatamente no horário em que o assassino teria deixado o local do crime”, afirmou Cartaxo. Além dele, segundo o delegado, outra pessoa confirmou ter visto Juarez na praia mansa, no domingo (dia seguinte ao crime) acompanhando o resgate da vítima, feito pelo Corpo de Bombeiros.

O delegado ainda afirma que todos os álibis apresentados pelo acusado foram derrubados durante as investigações. O principal, onde Juarez afirmava que estava trabalhando no horário do crime, teria sido desmentido por colegas de trabalho de Juarez que afirmaram que ele não foi visto naquele 31 de janeiro.

O acusado

Após a jovem reconhecer o acusado, a polícia intensificou as investigações em torno de Juarez e descobriu que ele reside em Curitiba, no bairro Uberaba, mas estava morando temporariamente no balneário de Santa Terezinha e trabalhando em um estabelecimento comercial que vende produtos na praia. No final da semana anterior à prisão, a polícia chegou a ouvi-lo na delegacia de Matinhos. Nessa ocasião, Juarez ainda foi fotografado e filmado para ser mostrado à vítima. “Ele negou qualquer participação e disse que sequer conhecia o local em que o crime foi cometido”, disse Cartaxo.

Juarez já ficou preso entre os anos de 2005 e 2007 por tráfico de drogas. Ele está detido no Cope e irá responder por latrocínio consumado, latrocínio tentado e atentado violento ao pudor.

“É importante esclarecer que Juarez nunca foi policial civil ou funcionário ligado à Secretaria da Segurança Pública, como alguns veículos e comunicação divulgaram nos últimos dias. O acusado é apenas irmão de um policial civil, o que não influenciou e nem influenciará em momento nenhum, a investigação da polícia”, garantiu Cartaxo.

Motivação

Para o delegado, as investigações apontam para uma motivação sexual por parte do criminoso. Segundo ele, a jovem não chegou a ser estuprada, mas foi molestada sexualmente.

“Quando voltou ao local do crime, ele teria arrancado a roupa íntima da vítima e teria tocado em seu corpo, molestando a jovem”, disse. Ainda segundo, Cartaxo em seu depoimento à polícia a jovem não declarou ter sido estuprada. “Ela alegou que ele a teria molestado, tocando em partes íntimas mas ela não chegou a ser estuprada. Por isso ele deve responder por atentado violento ao pudor que é a mesma pena prevista para o que o crime de estupro”, contou.

Além disso, Cartaxo esclareceu que o preso deve também responder por latrocínio tentado e consumado já que teria roubado dinheiro das vítimas.